Na calada do sábado, enquanto a economia tenta entender porque Lula decidiu zerar as alíquotas de importação de carne, açúcar, milho, biscoitos, massas, farinha, óleo de cozinha e azeite de oliva a investidores do agro estrangeiro e não valorizou os produtores brasileiros, Janja dá as cartas novamente no Dia Internacional da Mulher
A pressão da primeira-dama fez com que Lula indicasse a ex-advogada de Gleisi Hoffmann, Verônica Sterman, para o cargo de ministra do Superior Tribunal Militar (STM). A publicação foi feita em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
O lobby de Janja em favor de Verônica foi endossado pela agora ministra Gleisi Hoffmann e do ex-ministro Paulo Bernardo, seus antigos clientes em processos, como na operação Lava Jato. A Lula não houve outra alternativa a não ser atender aos mimos e influência da primeira-dama Janja da Silva. Sim, porque além de indicar, Janja exigiu que fosse no dia 8 de Março, numa alusão ao Dia Internacional da Mulher.
Caso passe pela sabatina a ser realizada no Senado, o que fatalmente acontecerá, Verônica será a segunda mulher a ocupar uma cadeira na corte militar. A advogada ocupará a cadeira a ser deixada pelo ministro José Coêlho Ferreira, atual vice-presidente da Corte que se aposenta agora em abril.
Para a oposição, isso demonstra o quanto Janja tem se metido nos assuntos do governo e os rumos tortos que ele caminha. Também não está descartada pela oposição o fato de Lula ter aceito as imposições de sua esposa pela “dívida” dele com a advogada, após tê-la preterido em uma indicação para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) no passado.
“No final, mais cedo ou mais tarde, eles se ajeitam”, disse um parlamentar da oposição que pediu para não ser identificado.
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília
