Que o crime organizado já adotou um patamar elevado de “organização” o país todo já sabe. Mas a cada dia eles aprimoram seus métodos de proteção aos “seus negócios” que é de fazer inveja a qualquer administração de segurança pública do país
Hoje calcula-se que o Primeiro Comando da Capital deva ter cerca de 1500 postos de gasolina sob sua administração, obviamente velada, claro, mas não tão velada por quem tem o dever de investigar e punir os infratores da Lei.
Os grandes Chefões do PCC adotaram medidas eficazes em seus postos que inibem qualquer tentativa de assalto aos estabelecimentos. Com um tribunal do crime montado e com juízes totalmente cruéis e impiedosos, assalta-los seria um risco de morte.
Vejam a criatividade dos “parças do crime organizado”: Eles colocam, nos seus postos, balões coloridos (dos usados em festas infantis) pendurados na fachada do estabelecimento para inibir roubos e fiscalizações e ai daquele (s) que ousarem infligir a lei.
Diz-se que o realismo fantástico não pegou no Brasil porque o país é, por natureza, fantástico. A rigor, não é inteiramente verdadeiro. Porque há escritores patropis que aderiram ao realismo fantástico ou mágico e publicaram obras de imenso valor. O goiano José J. Veiga, autor de “Cavalinhos de Platiplanto”, é um deles. Mas é inegável que a nação verde-amarela contém laivos de realidades espantosas que, que sem ser, parecem ficção.
Estimativas de dados são oficiais
O repórter Lauro Jardim, colunista de “O Globo”, escreveu em um editorial de sua autoria, que o Primeiro Comando da Capital, o célebre PCC — espécie de máfia dos trópicos —, é dono de mais de 1,5 mil postos de gasolina em todo o Brasil. São estimativas “das autoridades”, enfatiza o jornalista. Quer dizer, os dados são oficiais.
Enfatize-se: 1500 postos de gasolina do PCC estão espalhados pelos Estados brasileiros. Conta-se que os postos de combustíveis — que vendem gasolina, álcool e diesel — são um modo adequado de lavar dinheiro, rápido e fácil, dada a rotatividade do dinheiro.
Ao realismo, verdadeiro, Lauro Jardim adiciona, com amparo na realidade, uma espécie de caráter mágico: os chefões, “oficiais” e “recrutas” do PCC “colocam, nos seus postos, balões coloridos (aqueles usados em festas infantis) pendurados na fachada do estabelecimento. Assim, inibem roubos e fiscalizações”.
Afinal, quem assaltar o PCC corre risco, dos mais graves: pode ser assassinado.
Uma pergunta pertinente, que Lauro Jardim não formula, é: por que, sabendo disso, as autoridades — polícias, promotores de justiça e magistrados — não tomam providências contra tais postos, ou melhor, contra seus donos ditos “legais”? Uma varredura, num pacto entre as forças legalistas — polícias, Ministério Público e Justiça —, pode, por certo, resolver o problema em pouco tempo. Com o detalhe de que, “colhendo” os “lavadores de dinheiro” dos postos, talvez seja possível chegar a outros “lavadores” dos negócios das máfias tropiniquim (o PCC é apenas uma delas — e, de tão poderosa, é muito mais do que uma mera facção).
O crime organizado está seguindo os métodos da máfia italiana, que, com excesso de dinheiro em caixa, precisa lavá-lo, ou seja, torná-lo legal. Na Itália, a máfia atua, com habilidade, no mercado da construção civil e imobiliário. Suas redes chegaram também à Espanha.
O Brasil caminha a largos passos para isso, e pior, com as autoridades tendo plena consciência de que tudo é verídico.
Da redação com informações Jornal Opção