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Até onde é saudável a briga entre irmãs e irmãos? Psiquiatra responde

Vídeo recente virou meme e levantou o debate. Para especialista, não há motivo para preocupações

Seja no WhatsApp, seja no Instagram, certamente você já se deparou com um vídeo que circula desde a última segunda-feira (19/10). Nele, duas irmãs de Pato Branco (PR) brigam feio durante uma festa de aniversário. Nas imagens, a menina mais nova, Maria Eduarda, de 3 anos, estava prestes a soprar as velas do bolo. Até que a mais velha, Maria Antônia, 6 anos, frusta as expectativas da pequena, que fica revoltada.

O fim do episódio é hilário: Maria Eduarda fica revoltada e puxa os cabelos de Maria Antônia, que faz “cara de deboche” e finge não se importar. Nem todo mundo, porém, achou graça do que viu. “Desfiz 10 amizades porque defendiam a menina que apagou a vela”, escreveu um usuário do Twitter. “Se não corrigir essas atitudes agora, vai ser complicado no futuro”, alertou outra, em uma das páginas que compartilhou o “embate” no Instagram.

Mas, afinal, o conflito deve gerar preocupação? E até onde uma briga entre irmãs e irmãos pode ser considerada saudável? Para o psiquiatra Alisson Marques Teixeira, não há razões para se preocupar.

Teia de sentimentos

relacionamento entre irmãos se constitui de uma teia complexa de sentimentos e emoções ligados a elementos de caráter cognitivo, cultural e social, ensina o médico. Essa relação, segundo ele, desempenha papel fundamental na personalidade da criança.

É normal que, com a chegada do irmão mais novo, o primogênito tenha algumas crises de ciúme, como aconteceu na festinha que viralizou.

“Nós somos seres competitivos de diversas formas. A relação com o irmão é o primeiro espaço em que a criança pode vivenciar essas emoções, podendo, dessa forma, experienciar o ciúme e rivalidade na tentativa de compreender o mundo atual”, pondera.

Proximidade gera brigas

Como em qualquer interação social, quando maior a proximidade, mais conflitos haverão – e eles deixam claro que a amizade entre Maria Eduarda e Maria Antônia é real.

“O conflito e rivalidade podem falar muito mais a favor de uma relação estreita e afetuosa do que uma relação distanciada entre as duas irmãs”, avalia.

Para Alisson, não há porque gerar polêmicas com a cena, mais comum do que se imagina. “Trata-se de uma habilidade imatura de lidar com as emoções esperadas para infância”, conta.

O sinal de alerta só deve ser ligado quando esses incidentes colocarem qualquer uma das partes em risco. “O conflito é uma oportunidade para se trabalhar essas emoções, dando espaço para fala das crianças, acolhendo sem julgamento de maneira empática e ensinando a expressão dessas emoções de maneira assertiva e saudável”, encerra.

Fonte: Metropoles.com

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