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8 de Janeiro e os reflexos que atingem às forças de segurança do DF

Ainda que tardia, mas foram as forças de segurança do DF a conseguir total controle na dissipação dos atos violentos contra os Poderes da República, registrados no início do ano. Mesmo assim, passou ser a geni de sempre: apedrejada e sem salário digno

Se as forças policiais do DF já tinham dificuldades de melhoria de salários, por serem refém e dependentes do governo federal ou do Congresso Nacional, que não dão a mínima para quem faz a segurança dos Poderes da República, imagine agora, após os eventos violentos registrados no horroroso “8 de janeiro”, cuja culpa foi despejada, unicamente, sobre as corporações da capital federal.

O movimento alimentado por muitos políticos, sejam de direita ou de esquerda e até mesmo gestado em alguns setores das Forças Armadas, sobrou para a Polícia Militar do Distrito Federal, Polícia Civil e para o Corpo de Bombeiros. A corda arrebentou para o lado mais fraco.

O vandalismo desenfreado que violentou os símbolos da República é a mais nova justificativa para que as forças de segurança continue penando como leprosa e com o pires na mão.

Sem êxito em suas reivindicações, durante os quatro anos do governo Bolsonaro, as forças policiais do DF deve continuar na sua mesma via-crucis de sempre, no governo Lula.

Em tese, é no governo da União que tudo esbarra, mesmo que haja toda a vontade do mundo do Governo do Distrito Federal em querer melhorar a qualidade de vida de seus policiais.

Isso porque as forças do DF são mantidas pelo Fundo Constitucional, criado por uma lei, em 2002 e previsto na Constituição Federal, conforme disposto no inciso XIV do artigo 21.

Os recursos destinados à organização e à manutenção da Polícia Militar, Polícia Civil, e Corpo de Bombeiros, bem como dar assistência financeira para execução de serviços públicos nas áreas de saúde e educação.

No Congresso, muitos acham que os R$ 22,97 bilhões do Fundo Constitucional, cravado no orçamento desse ano, é um “privilégio” apenas das forças de segurança do DF.

Em 2020, por exemplo, uma Medida Provisória foi assinada por Bolsonaro com direito a selfs e vídeos de parlamentares do DF, além de representantes do segmento ao lado do presidente, no entanto, a proposta jamais saiu do Palácio do Planalto.

Na sexta-feira passada, um grupo de parlamentares do Distrito Federal se dirigiu a Casa Civil, do governo federal, para uma reunião que não houve com o ministro Alexandre Padilha.

A má vontade política dos seguidos governos da União, não deixa de servir como um sinal de alerta, para a classe política brasiliense, de que fica cada vez mais evidente a intenção de acabar com o Fundo Constitucional do Distrito Federal.

E tudo pode começar se o Ministério da Justiça decidir mesmo colocar, em prática, a ideia de Flávio Dino, relacionado ao projeto de federalização parcial das forças de segurança do Distrito Federal, para proteger exclusivamente a zona cívica, onde estão os órgãos federais e sedes dos Três Poderes.

Seria uma espécie de apartheid, onde haveria segurança bem equipada e remunerada para a Brasília dos Três Poderes, enquanto sobraria migalhas para a Brasília segregada, onde o povo mora.

RadarDF

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