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A pergunta que não quer calar: Após a PF descartar culpa do Cel Naime, vão soltar ele?

A Polícia Federal finalizou seu relatório sobre o indiciamento do Coronel Naime, ex-comandante do Departamento Operacional da PMDF (DOP) e chegou a conclusão que existe conflito no indiciamento dele pela Polícia Militar

Nos crimes de prevaricação e inobservância, o relatório da Polícia Federal sequer cita, entre os culpados, o nome do militar que continua preso por determinação do ministro Alexandre de Moares.

Ora, se sequer o referido coronel não foi citado, porquê Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo, ainda insiste em deixar preso um pai de família que está afastado dos seus a vários meses?

De acordo com o relatório, as responsabilidades devem ser questionadas ao coronel Paulo José Ferreira de Souza, substituto imediato do coronel Naime na ocasião do 08 de janeiro, afastado por período regular de férias ou abono, atestado pelas investigações.

Para a Polícia Federal o substituto de Naime agiu sem o devido planejamento, mesmo cientes das ações previstas na esplanada dos ministérios, entre os dias 06 e 09 de janeiro.

O relatório ainda fez menção “ao quantitativo do efetivo empregue nas manifestações que, como se sabe, foi insuficiente para conter a ação dos radicais nas manifestações do dia 08 de janeiro de 2023”.

Agora que a Polícia Federal descarta o envolvimento do coronel Naime, a defesa do militar entrou como novo pedido de revogação de prisão e aguarda o parecer da Procuradoria Geral da República (PGR).

Dia dos Pais

A expectativa é que o coronel seja solto a tempo de passar o dia dos pais com os seis filhos, dos quais cinco são menores de idade e um é portador de hidrocefalia.

“Estamos aliviados em perceber o avanço do devido processo legal. Mas ao mesmo tempo, enxergar que ele ainda paga por uma injustiça, dói, sufoca e revolta. Temos esperanças de que esse pesadelo acabe e ele possa estar em casa para comemorar o Dia dos Pais. Agora, depositamos nossas esperanças no Ministério Público para que justiça feita ao país, mas principalmente à minha família, meus filhos e meu marido”, declarou a esposa do militar, Mariana Adorno Naime.

Opinião de especialista

O Portal ouviu a opinião de um ex-comandante do DOP da PMDF quando das declarações do ex-secretário de segurança Anderson Torres à CPI da CLDF. Veja o que ele falou, reservando o sigilo da fonte, a pedido:

Infelizmente ele (o ex-secretário Anderson) tem razão. Na realidade não houve falha no planejamento operacional, pois já existe “o Plano Específico” para a área e eventos que nela ocorrem. A única coisa que varia é o efetivo a ser empregado, tendo em vista o animus e o público envolvido.

Normalmente o plano é executado em três fases distintas a saber:

1) isolamento de trânsito.

2) escolta do público, retirada de ambulantes e ocupação da rodoviária, metrô e local com efetivo suficiente.

3) escoamento do evento dando atenção a rodoviária, metrô e pontos de ônibus por conta dos roubos e furtos.

Qual efetivo a ser empregado?

Depende da categoria do evento. Um evento gospel é uma categoria, de estudantes outra, sem-terra outra e assim por diante.

Como existe um “Plano de Operações” e não uma “Ordem de Operações” o que vai definir o efetivo é exatamente as “informações de inteligência” repassados ao DOP/ PMDF, o que aparentemente não ocorreu de modo eficaz ou foi totalmente ignorado.

Outro fato é que cerca de 140 ônibus com pessoal aguerrido chegou ao DF na madrugada do dia 7/8 de janeiro e exatamente esses ocupantes que de modo organizado promoveram a manifestação violenta, e se confirmada essa situação a responsabilidade do repasse caberia a PRF, o que não foi feito.

Com respeito a presença do Anderson Torres, a secretaria de segurança do DF NÃO TEM INGERÊNCIA SOBRE AS FORCAS DE SEGURANÇA. Ela é apenas a secretaria que estabelece a política de segurança pública do governo que está no poder executivo local. As diretrizes e organização do planejamento caberia a cada instituição. Além do mais havia um secretário adjunto que era abastecido de informações direto do teatro de operações, o que descarta qualquer possibilidade de imputação ao ex-comandante do DOP da PMDF.

Agora cabe as autoridades avaliarem a situação e fazerem justiça.

Da redação com informações do Diário do Poder

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