Porque tantos policiais militares estão perdendo a batalha contra o COVID-19?

Policiais Militares temem o COVID-19

Agora a tarde, por volta das 17 horas, o 1º Sargento Tomé, lotado no Centro de Operações da Polícia Militar – COPOM, entrou para as estatísticas de policiais militares do DF tombados pela pandemia do COVID-19

A pergunta que não se cala no seio das casernas é: “Porque tantas mortes, em comparação a outras unidades da federação espalhadas pelo país e com densidade demográfica muito menor?”

Em São Paulo, maior metrópole do país, até o dia 10 de junho 17 policiais morreram vítimas da pandemia desde a crise do coronavírus (COVID-19). Já no Rio de Janeiro esse número subiu de 7 policiais tombados em maio para 26 em 11 de junho, ou seja, praticamente mais do que triplicado. Atualmente a PMRJ conta com um efetivo de aproximadamente 41.024, enquanto a PMSP conta com um efetivo de 81.728 Policiais Militares.

Ninguém entende..ninguém sabe explicar.

No Distrito Federal, Capital da República, o total já tingiu 5 (cinco) policiais da ativa que perderam suas vidas no combate à pandemia no exercício de suas funções e 8 (oito) policiais da reserva (aposentados). No caso dos aposentados a Polícia Militar tem dificuldade em identificar as estatísticas, já que muitos morrem e somente o sepultamento é que a corporação é informada. Os dados, geralmente, são levantados em redes sociais de policiais e bombeiros militares. Independentemente disso, a dor das famílias é insuportável.

A última baixa, hoje (24), foi do 1º sargento Tomé que era lotado no Centro de Operações da PM (COPOM) e morava no Gama. Admirado na sua vizinhança pela sua discrição e boa relação com todos, tinha um filho deficiente (cadeirante). Nenhum vizinho esperava por isso e não se conformam com a perda do amigo.

1º SGT Tomé. estaria se aposentando agora em setembro. Não teve tempo.

A Polícia Militar do Distrito Federal é uma das instituições beneficiadas com recursos do Fundo Constitucional do DF (FCDF), tem um hospital próprio com uma estrutura de dar inveja a muitos hospitais espalhados pelo país e não se consegue explicar como não há um atendimento e controle da propagação e tratamento do COVID-19 nessa unidade para policiais e dependentes nesse momento crítico.

Ontem (23) foi anunciado a criação de mais 50 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital de campanha ao lado do Centro Médico da PM (CEMED). Mas não se sabe se esses leitos serão para atender a população ou se para atendimento interno da corporação e seus integrantes.

A questão está grave, a pandemia não está escolhendo caras e os policiais e bombeiros estão diretamente na linha de frente, expostos, como sempre tiveram a tudo. Segundo alguns especialistas ouvidos pelo site, algo precisa ser feito imediatamente. “Tem que haver uma política preventiva e diferenciada montada diretamente para esses profissionais. O que não é concebível é que continuem a se contaminar, ir para casa e contaminar suas famílias e depois morrer”, disse um especialista em segurança pública que preferiu não se identificar.

Tentamos contato com o comando da Polícia Militar até o fechamento dessa matéria, mas não conseguimos. O portal está aberto para os esclarecimentos necessários.

Da redação

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