Marcado pelo aumento de casos de conjuntivite, período apresenta fatores de risco nas altas temperaturas e aglomerações
Verão é época de chuva e também muito calor; e, para muitas pessoas, isso significa tomar intermináveis banhos de piscina ou de mar, além de aproveitar uma folguinha de bom tempo e fazer um belo passeio. É nesses momentos, porém, que se torna necessário o cuidado redobrado com os olhos: a época é marcada pelo aumento dos casos de conjuntivite.
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular – o branco dos olhos – e o interior das pálpebras. A doença pode afetar um ou os dois olhos e, apesar de costumar não deixar sequelas, deve ser tratada com ajuda médica.
“A contaminação pode ocorrer quando uma pessoa contaminada passa a mão no olho e depois cumprimenta outra pessoa, ou quando pessoas compartilham o mesmo travesseiro e toalha”Larissa Friggi, oftalmologista
O aumento dos casos no verão não é à toa, explica a médica Larissa Friggi, referência técnica distrital (RTD) em oftalmologia. “Há um aumento de casos no verão devido à maior capacidade de proliferação dos vírus e bactérias por conta do calor e da umidade”, aponta. “Outro agravante é que, nesta estação, há uma maior aglomeração de pessoas em clubes, piscinas, praias e festas de fim de ano”.
A contaminação ocorre pelo contato direto com uma pessoa infectada, o que levanta a importância de alguns cuidados ao lidar com alguém que apresente os sintomas da doença. “A contaminação pode ocorrer, por exemplo, quando uma pessoa contaminada passa a mão no olho e depois cumprimenta outra pessoa, ou quando [pessoas] compartilham o mesmo travesseiro e toalha”, detalha a oftalmologista.
Sintomas mais comuns
Os sintomas típicos dependem do tipo da doença. As conjuntivites podem ser divididas em três: viral, bacteriana e alérgica.
A mais comum é a viral, normalmente causada pelo adenovírus. Entre os sintomas, estão: sensação de areia nos olhos, lacrimejamento com uma secreção mais líquida e clara, quemose (inchaço na conjuntiva), edema palpebral e coceira inicial leve a moderada. Em alguns casos, também ocorrem linfonodos (ínguas) na região em volta da orelha.
Mais comum nas crianças, a conjuntivite bacteriana apresenta como sintomas secreção amarelada, olhos bem avermelhados;, normalmente, não há coceira. Já a alérgica apresenta uma coceira intensa, com secreção clara, tipo muco, e hiperemia (aumento na circulação sanguínea) ocular leve.
Como se prevenir
Como a principal forma de contaminação é por meio do contato com alguém doente, a oftalmologista reforça que o fator fundamental para a prevenção é educação e higiene e orienta: “Evitar passar a mão suja nos olhos, não coçar os olhos, evitar compartilhar maquiagem com a pessoa contaminada, trocar a fronha do travesseiro – ou seja, os cuidados gerais de higiene são a melhor forma de prevenção”.
Apesar de a conjuntivite durar em média de cinco a 15 dias, a especialista ressalta que o paciente não deve se automedicar. O ideal é procurar ajuda médica, pois o tratamento depende do tipo de doença.
Atendimento
Em casos de suspeita, o paciente pode se dirigir à unidade básica de saúde (UBS) de referência mais perto do local onde mora. Em casos de emergência, a rede de saúde disponibiliza três hospitais com pronto-socorro oftalmológicos: os regionais da Regional da Asa Norte (Hran) e de Taguatinga (HRT) e o de Base do Distrito Federal (HBDF).
Dicas rápidas
→ Evite passar a mão suja nos olhos – lave as mãos com frequência
→ Não coce os olhos
→ Evite compartilhar maquiagem e outros produtos de beleza
→ Troque a fronha do travesseiro
→ Evite compartilhar toalha de rosto
→ Não se automedique
*Com informações da Secretaria de Saúde