As últimas articulações e movimentações na política brasiliense sinalizam que, apesar do fim do prazo das convenções, tudo o que foi acordado por esses dias ainda pode mudar até 15 de agosto, último dia para que os partidos solicitem o registro de seus candidatos à Justiça Eleitoral.
Num levantamento informal realizado pela coluna O Fino da Política foi constatado que a maioria dos partidos, mesmo confirmando os nomes dos candidatos da chapa majoritária, aprovou na convenção que a executiva regional ou presidente da sigla tem poderes para firmar coligações e alianças com outras legendas na disputa ao GDF e Senado até o registro da candidatura.
Portanto, não se pode descartar que possíveis reviravoltas e mudanças nas alianças pré-existentes possam acontecer até 15 agosto. Do jeito que as coisas andaram nos últimos dias, não se assuste se quem está brigando hoje, amanhã apareça abraçado ao adversário de ontem.
De olho no registro de candidatura
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Os próximos dias serão de confirmações. As atenções estarão voltadas para a última rodada de negociações e para os registros de candidaturas que devem ser formalizados até dia 15. Recentemente, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), desembargador Roberval Belinati, mandou um recado para as legendas ao receber o pedido de registro de candidatura de uma federação.
“Estou fazendo um apelo para que os partidos antecipem o pedido, para evitar atraso na análise da documentação”, alertou Belinati.
Aliança informal
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Nas eleições deste ano, os candidatos que pertencem a partidos que não firmaram coligação formal para as majoritárias vão poder apoiar os candidatos de sua preferência sem correr o risco de ser penalizado por infidelidade. Aqui no DF, o Republicanos e o União Brasil declararam apoio ao governador Ibaneis Rocha, do MDB. Essa é uma prática antiga e que tem se tornado comum nas eleições brasileiras.
Conselho de Pastores ratificam apoio a Ibaneis e Flávia
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Durante a reunião geral do Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev-DF) realizada, no último sábado (6), na Assembleia de Deus do Lago Norte, os líderes das igrejas e congregações que integram o colegiado ratificaram o apoio já declarado as candidaturas de Ibaneis Rocha ao GDF e da deputada Flávia Arruda, do PL, para o Senado. Os pastores destacaram que o governo Ibaneis, além de não promover derrubadas como nas gestões anteriores, agilizou a regularização de muitos templos e igrejas.
“O trabalho de regularização fundiária foi muito desgastante em outros governos. Quase 30 anos que a gente não conseguia nem dar entrada na regularização desse templo, e agora andou, está faltando pouca coisa para ser regularizada. A gente vem acompanhando os passos de todos os governos e o Ibaneis vem concretizando a regularização com muita maestria”, elogiou o presidente do Copev-DF, Josimar Francisco da Silva.
Quem surpreendeu o meio político esta semana foi a deputada Flávia Arruda. Ela anunciou que terá como suplentes o senador em exercício pelo Espírito Santo, Luiz Pastore, do MDB, e o professor Godofredo, do PL. O anúncio de Flávia causou estranheza, pois havia rumores de que uma das vagas ficaria com o empresário Fernando Marques, do Progressistas.
Um fato muito comentado nos bastidores é de que um dos escolhidos, o senador Pastore, é considerado um suplente profissional. O empresário já assumiu a cadeira no Senado duas vezes sendo suplente pelo Espírito Santo. Ele inclusive está no exercício do mandato desde o dia 7 de julho em substituição a senadora Rose de Freitas, também do MDB-ES. Tem muita gente querendo saber o porquê que Flávia escolheu um político do Espírito Santo para ser seu suplente e não alguém que tenha relação direta com o DF.
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Assim que a notícia da decisão do ministro do STF, Nunes Marques, concedendo liminar para o ex-governador do DF, José Roberto Arruda, do PL, se candidatar nas eleições de outubro, a militância arrudista foi para as redes sociais comemorar e incentivar o liberal para concorrer ao GDF.
Antes mesmo que o pedido dos aliados repercutisse no meio político, Arruda se encarregou de jogar uma balde de água fria em seus apoiadores. Ele divulgou um vídeo em suas redes sociais agradecendo o apoio que tem recebido e reiterou que volta para a política com ‘humildade’ disputando uma das oito cadeiras do DF na Câmara dos Deputados. Sendo assim, aqueles que ainda sonhavam em ver Arruda de novo no Buriti vai ter que esperar até 2026.
O anúncio da candidatura ao GDF pelo PSD do empresário Paulo Octávio, que terá como vice o suplente de senador, Luis Felipe Belmonte, do PSC, teve uma baixa repercussão. Quem esteve na convenção pessedista ficou com a sensação de que estavam ali para apoiar outro projeto e não de uma chapa majoritária.
Para muitos analistas e observadores da política brasiliense, a estratégia real de PO é usar a sua campanha ao GDF para tentar eleger seu filho, André Kubitschek, também filiado ao PSD, como deputado federal.
Na convenção do partido, a claque contratada só empunhava bandeiras e vestia camisetas com o nome do bisneto de JK e do presidente do partido. Ou seja, as reais intenções de PO são outras e o compromisso dele não é com Brasília e muito menos com o eleitor.
Reguffe sai de cena e afunda projeto de apoiadores
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De tanto ficar em cima do muro, o senador Reguffe, do União Brasil, acabou sendo abatido pela direção de seu partido. Cotado para bater chapa contra Ibaneis Rocha desde o fim do ano passado, Reguffe adotou a estratégia errada para tentar valorizar o seu nome. Essa história de ter autonomia para escolher os nomes que quisesse para compor a sua chapa majoritária o levou ao suicídio. Essa falta de tato político lhe custou sua candidatura e comprometeu o desempenho nas urnas daqueles que o acompanharam ingressando no União Brasil. Reguffe vai sair de cena e deixar seus pupilos com o pires na mão.
“Reguffe é muito bom de discurso e péssimo nas suas ações. A gente acreditou que ele fosse um líder capaz de nos conduzir a um novo caminho, mas ele apresentou uma conduta de completo amadorismo e, na política, não tem lugar para amador. É melhor ele ir para casa e rever suas posições. De nada adianta gravar vídeo chorando se não tem atitude”, reclamou um candidato a deputado distrital pelo União Brasil que pediu anonimato.
Fonte: Expressão Brasiliense- Por José Fernando Vilela