Por Toni Duarte
O resultado da eleição online, que reelegeu o presidente, Délio Lins, revelou a imagem de uma OAB-DF enfraquecida e cada vez mais desacreditada perante a classe
Menos de 30 mil dos 50 mil advogados, que atuam no Distrito Federal, votaram em branco, outros anularam o voto ou simplesmente se abstiveram de votar na eleição da OAB/DF, pleito ocorrido no último domingo (21).
Mesmo com uma campanha milionária, feita por Lins, o candidato conseguiu apenas 12.328 votos.
No mesmo contexto, Thaís Riedel, segunda colocada no pleito, também torrou milhões de reais em sua campanha: teve 9.192 votos. Os três outros candidatos, somados, obtiveram 5.518 votos. Ou seja; dos 50 mil advogados, aptos a votar, 27.038 distribuíram seus votos entre os cinco postulantes, enquanto 26.988 optaram por anular o voto ou votaram em branco.
Desse exército de descontentes a maior parte nem sequer demostrou interesse de gastar 30 segundos no celular ou no computador de casa para participar do pleito eleitoral da OAB/DF. Dos cinco candidatos, que disputaram a presidência, quatro deles já foram testados pelas urnas, seja como candidato de presidência da OAB ou como conselheiros. São velhos e conhecidos nomes que se alimentam de uma “velha ordem”.
O sentimento soou como um protesto silencioso sobre as últimas gestões que protege as “panelinhas” e ignora o sacrificado advogado militante, que paga uma escorchante anuidade por depender de um token, para ganhar o pão nas contendas dos tribunais.
Apesar da vitória de Délio Lins, o resultado da eleição no geral, aponta o fim dos ciclos oligárquico que domina a Ordem.
O único candidato que se colocou como uma alternativa, por não fazer parte de nenhum dos grupos que se alternam no poder dominante, foi o novato e experiente advogado Guilherme Campelo da chapa Nova Ordem.
Para vários analistas sobre o resultado da eleição, Guilherme Campelo, embora tenha saído da eleição em último lugar, com apenas 1.106, foi o único nome que representou, de fato, o sentimento dos mais de 26 mil advogados que viraram as costas para a OAB/DF no último domingo.
Campelo realizou uma campanha, limpa, humilde e sem dinheiro.
A proposta de cortar pela metade a anuidade e tornar uma OAB transparente, principalmente informando de como são gastos os mais de R$35 milhões arrecadados anualmente, além de cuidar da jovem advocacia, talvez não tenha sido assimilada pela maioria da classe nesta eleição. No entanto, ninguém tem dúvida de que Guilherme Campelo pode ser o futuro promissor de uma Nova OAB.
Fonte: RADAR DF