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Presidente da Comissão de Direitos Humanos da CLDF, deputado Fábio Félix (PSOL), critica entrega de material didático a alunos das escolas compartilhadas por policiais militares

Parece piada, mas não é não. É Brasil!

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF, deputado Fábio Félix (PSOL), criticou, depois de uma denúncia anônima, que a Polícia Militar estava indo nas residências dos alunos da rede pública entregar kits de estudos e saber o porquê de eles não estarem dando respostas as atividades currículo-educacionais pedagógicas disponibilizadas nas plataformas de ensino remoto.

O documento, em forma de repúdio, foi encaminhado à Secretaria de Educação no último dia 18 de maio e disponibilizado no SEI-DF (Sistema Eletrônico de Informações) do governo do Distrito Federal.

Ora, uma atitude que deveria ser louvada por todos passou a ser creditada como uma afronta e constrangimento aos alunos das escolas compartilhadas as quais o próprio governo se preocupou em ser o autor do projeto?

Deveria sim, o deputado, antes de encaminhar documento oficial através do SEI à Secretaria de Educação, saber quais eram os propósitos nessa empreitada. Ter cuidados e prudência com a educação brasileira, e em especial a brasiliense, deveria ser motivo de orgulho e não de discriminação midiática dos fatos.

Então, uma denúncia anônima de um provável descontente, ou pais sem responsabilidade, seria o suficiente para se promover um descrédito a um trabalho feito pela própria Secretaria de Educação via governo local?

Deveria o deputado presidente da Comissão sentir-se honrado com o trabalho, diga-se de passagem, ex-ofício, dos policiais militares e da administração escolar das escolas compartilhadas.

Só mesmo no Brasil que a Educação é jogada em segundo plano. Em outros países desenvolvidos esse seria um motivo para até mesmo uma condecoração aos gestores por uma atitude dessa magnitude.

Cita o deputado em sua análise que, historicamente, no Brasil, a presença da Polícia Militar em áreas urbanas periféricas está associada à extrema violência contra seus habitantes. Para isso utilizou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que, bem sabemos, é um órgão discriminador que só defende a marginalidade em detrimento da população de bem.

Pior ainda, segundo documento do SEI, o excelentíssimo deputado sugere que os trabalhos utilizados pela Polícia Militar não sejam mais realizados em viaturas caracterizadas, conforme as denúncias.

Então perguntamos: Em que tipos de veículos seriam feitos? Existiria quadro pessoal pronto para tal demanda? Teria o Estado condições de acoplar essas medidas sem gastos adicionais de forma a observar até que ponto os estudantes estão realmente interessados no aprendizado? Ou a Comissão tem condições de assumir tal papel?

Se essas atitudes, com base nos entendimentos e competência da Comissão de Defesa de Direitos Humanos da CLDF de que no seu artigo 67 do Regimento Interno da CLDF diz que é sua obrigação “investigar denúncias de violação dos direitos humanos ou cidadania”, o que devemos esperar daqui por diante quando uma viatura policial fizer inserções num dos pontos críticos do DF quando o assunto for a criminalidade, como o uso e tráfico de entorpecentes? Se bobear, isso também será uma afronta aos Direitos Humanos dos marginais.

Tentamos contato com o presidente da Comissão, mas até o fechamento dessa matéria não obtivemos êxito. Com a palavra a Comissão de Defesa de Direitos Humanos da CLDF.

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