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Metralhadora com balas de festim

Esta será mais uma semana da CPI da Covid. Em Brasília, o palco do Senado vai predominar no noticiário. Do lado do presidente da República a tendência é o vocabulário do debate político enriquecer-se com o palavreado das peladas dos jogos de futebol juvenis; no lado do Senado Federal espera-se que a CPI abra fogo cerrado com sua metralhadora giratória que, por enquanto, só vem disparando  balas de festim.

Expressão escatológica

O presidente já demonstrou seu apreço pela Comissão com uma expressão escatológica para desmerecer a carta que lhe foi enviada pela mesa da CPI pedindo explicações. Documento impróprio, dizem alguns parlamentares, pois a CPI, dizem alguns congressistas,  não tem essa prerrogativa, algo claro, “mas que serve para demonstrar como a carreta saiu do trilho.”

Sem constrangimento

No seu quadrilátero, a CPI promete para a semana entrante continuar ouvindo depoimentos de funcionários subalternos e de lobistas imprecisos. Nada que esteja dentro do feixe de poderes do Senado para criar qualquer tipo de constrangimento ao alvo da Comissão, o presidente da República, bode expiatório por catapultar candidaturas regionais.

Figuras centrais em evidência

Este parece ser o objetivo preciso da Comissão, qual seja de manter em evidência as figuras centrais da mesa e do plenário, todos candidatos a cargos majoritários em seus estados, com exceção do relator Renan Calheiros (MDB/AL), que está ali para cobrar uma conta da derrota que sofreu lá atrás, quando tentou se reeleger presidente do Senado

Chumbo grosso

Já o presidente trás seus adversários para seu terreno preferido, que é a luta corpo a corpo, sem dó nem piedade. Qual é esse quarto escuro? Seu alvo preferido são mazelas, processos, acusações, boatos e segredos (pessoais e políticos) dos senadores. Essa é a contramedida para as tentativas de envolvê-lo em negociações suspeitas,. Aí sim vem chumbo grosso. Bem ao feitio do candidato Bolsonaro

Popularidade de Bolsonaro

Enquanto isto, os verdadeiros adversários eleitorais do presidente da República dão gargalhadas. A aliança de esquerda liderada pelo PT, que se agrupa em torno da pré-candidatura do ex-presidente Lula da Silva, mante-se quieta, na moita, enquanto a popularidade de Bolsonaro despenca a níveis perigosos, ou seja, a números que indicariam algum risco de ele não chegar ao segundo turno. Isto, entretanto, é prematuro.

Em busca de um nome forte

Não há, ainda, a vista uma candidatura alternativa que posso ocupar o espaço de um nome forte na área das chamadas minorias, capaz tirar o presidente Bolsonaro do segundo turno. Passando para a centro-esquerda, esses arrependidos de 2018 dificilmente vão se juntar numa força coerente, pensam os marqueteiros do Palácio do Planalto.

Nome forte para as minorias

Neste particular, a única novidade relevante a registrar foi a súbita projeção do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que, ao revelar suas opções pessoais, assume o protagonismo do segmento das chamadas minorias (gays, negros e índios), que não tinham um nome forte para as representar. O governador gaúcho, pode ocupar esse espaço, além disso poderá oferecer ao eleitorado muito mais do que uma agenda de costumes, o que fortalece seu nome. Entretanto, ainda é muito recente para uma previsão consistente.

**A coluna Repórter Brasília é publicada no Jornal do Comércio, o jornal de economia e negócios, do Rio Grande do Sul

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