Segundo a polícia, com o estudante foram encontrados formulários em branco assinados e carimbados no nome do profissional, que trabalhava no mesmo horário em hospital de outra cidade.
O médico que foi preso suspeito de pagar um estudante para trabalhar em seu lugar em um hospital de Cachoeira de Goiás e o aluno, que também estava detido, foram soltos na segunda-feira (9) após pagarem fiança. Segundo a polícia, o estudante recebia R$ 5 mil e foi encontrado com prontuários, receitas e atestados médicos assinados e carimbados pelo médico.
O médico, Flávio Ferreira Nogueira, e o estudante, Francisco Souza Oliveira Filho, foram presos no sábado (7). De acordo com a polícia, enquanto o aluno, que está no 6° período, atendia no hospital municipal de Cachoeira Dourada, o profissional trabalhava em Moiporá no mesmo horário. Ao todo, ele recebia R$ 15 mil.
A defesa dos dois informou que não houve a prática de nenhum crime. “Jamais houve pagamento de Flavio Ferreira Nogueira a Francisco Sousa Oliveira Filho para atuar como médico em seu lugar. Francisco jamais desempenhou a função de médico. Não há qualquer prova em sentido contrário”, disse em nota o advogado Oscar Dering de Oliveira Netto.
A juíza Bianca Melo Cintra concedeu a liberdade provisória aos dois após o pagamento de fiança no valor de três salários mínimos para cada. Além disso, devem comparecer a todas as etapas do processo, apresentar comprovante de endereço e não se ausentar por mais de oito dias e nem mudar de endereço sem avisar antes a Justiça.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que tomou conhecimento do fato e está apurando o caso.
Por telefone, a direção da Universidad Central Del Paraguay confirmou que o suspeito é aluno do 6º ano de medicina e que não compactua com tal atitude.
Receitas médicas em branco eram assinadas por médico para que aluno se passasse por ele em Cachoeira de Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Denúncia
“A gente recebeu uma denúncia de que um médico estava contratado e trabalhando em duas cidades diferentes e ao mesmo tempo. Começamos a investigar e descobrimos o falso médico. Inclusive, o médico assinava receitas, prontuários e atestados para que o aluno conseguisse se passar por ele”, disse o delegado Tiago Junqueira.
A investigação apontou que aluno é estudante de medicina de uma faculdade do Paraguai e que estava trabalhando de forma irregular, na emergência do hospital do município de Cachoeira de Goiás há pelo menos dois meses. De acordo com delegado, durante depoimento, os dois confessaram a prática do crime.
Os crimes apurados foram os de falsidade ideológica, estelionato, usurpação de função pública e exercício ilegal da profissão.
G1-Goiás