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Ibaneis pode quebrar paradigmas e enterrar a velha política do DF

O governador Ibaneis Rocha, até agora, não tem um adversário competitivo, nem da velha política e nem de nenhum outro, da nova política para enfrentá-lo nas urnas. Ele recria o caminho feito por Roriz focado na reeleição

Por Toni Duarte**

Em 2018, o novo prevaleceu ao velho. O advogado Ibaneis Rocha (MDB), que surgiu na corrida pelo Buriti com apenas 2%, derrotou com 67% dos votos do povo brasiliense, o velho e carreirista governador, Rodrigo Sobral Rollemberg (PSB).

Nas eleições de 2022, o governador do DF pode conseguir outro grande feito: o de se reeleger para mais quatro anos, quebrando aquele paradigma de que o eleitorado do Distrito Federal não gosta de renovar mandato de quem passa pela cadeira número 1 do Buriti.

O primeiro governador a tentar a reeleição, sem sucesso, foi Cristovam Buarque (PT).

Ele foi vencido em 1998 pelo saudoso Joaquim Roriz (MDB).

Desde a criação do instituto da reeleição, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por meio da Emenda Constitucional 16, de 1997, o único governador a conseguir tal  feito foi  Roriz.

Ele derrotou no segundo turno, o petista Geraldo Magela, na campanha de 2002.

José Roberto Arruda(PL) não teve a chance de reeleição por perder o governo, quando ainda estava nos seu segundo ano de gestão, em decorrência do rumoroso caso da “caixa de pandora”.

O governador petista Agnelo Queiroz, não conseguiu se reeleger, em 2014. Embernou da cena política brasiliense devido a processos judicias. Deus as caras, agora.

O petista pretende voltar, disputando uma das oito vagas do DF, na Câmara federal.

A reeleição de Rollemberg também foi pro saco por causa de um governo pra lá de ruim. E põe ruim nisso.

Também pudera: desde o início do tal governo  “socialista”, até a semana do pleito eleitoral, de 2018, a obra mais visível do então governador, foi a de mandar derrubar  casas, levando o terror e ao desalento de centenas de famílias. Foi moleza para o novato Ibaneis vencer o velho.

O advogado arrebatou das urnas 1.042.574 votos – o equivalente a 69,79% dos votos válidos. Rollemberg recebeu apenas 30,21% dos válidos.

Neste ano eleitoral,  tal qual Agnelo, RR tenta voltar à cena política como candidato a deputado federal.

Já o senador Izalci Lucas(PSDB), mesmo tendo sido o primeiro a se declarar candidato ao Buriti, no entanto, a caminhada vai à marcha lenta e cercada por muitas dúvidas.

A pedra no caminho é a indefinição de uma  federações partidária, que o PSDB será obrigado a fazer para não desaparecer do cenário político brasileiro.

Se o PSDB se federar com o MDB, no campo nacional, dificilmente o senador tucano continuará sendo candidato.

O bom para Izalci é que ele tem o mandato garantido até 2026, quando celebrará as bodas de porcelana, nome dado para a comemoração dos 20 anos de casamento com a velha política, que lhe deu um mandato de deputado distrital, dois de federal e segue por mais quatro anos, à frente, como senador.  Que beleza!

Outra figura carimbada da velha política, com mais de 16 anos, vivendo de consecutivos mandatos, o senador José Antonio Reguffe, não é mais aquela coca-cola toda das urnas eleitorais.

Pelo menos é o que apontam as pesquisas aferidas no decorrer de 2021, e as primeiras realizadas em 2022.

No cenário espontâneo de todos os levantamentos, Reguffe está alguns quilômetros longe de Ibaneis Rocha, que continua com boa avaliação popular na corrida pela sua reeleição.

A formação de uma federação partidária, que inclua o Podemos, partido de Reguffe, é incerta, até agora, o que leva o senador ser uma esfinge sem dizer nada.

Ora falam que ele é candidato ao Buriti, ora que irá à reeleição, outros dizem que será candidato a deputado federal.

Diante do atual cenário, chega-se a avaliação que, a oito meses das eleições majoritárias, Ibaneis Rocha, até agora, não tem um adversário da velha política, que possa chamar de seu. Da nova, também, ainda não nasceu.

Enquanto isso, não acontece, o governador segue na estrada tranquilo entregando obras por todo o DF.

**Toni Duarte é jornalista e editor-chefe do RadarDF

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