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Governo de Goiás arrecada R$ 1,977 bi com leilão da Celg T

Realizada na B3, em São Paulo, alienação de ações faz parte do processo de desestatização da subsidiária. Celg-T foi recuperada e teve valorização no mercado, além de não deixar ônus para o Estado. Venda atraiu grandes empresas

A Celg Transmissão S.A (Celg T) foi leiloada, nesta quinta-feira (14), por R$ 1,977 bilhão, valor 80,10% acima do lance inicial mínimo. “Fizemos a tarefa de casa”, celebrou o governador Ronaldo Caiado. Durante discurso, Caiado adiantou como será aplicado o recurso. “Tudo será investido imediatamente no déficit que nós temos na previdência. Não podemos brincar com isso. Não existe mais tempo para se perder com discussões que não tragam resultado para a população”, destacou.

O governador anunciou que vai encaminhar para a Assembleia Legislativa um projeto que retira a cobrança de 14,25%, referente à contribuição previdenciária de todos os aposentados do serviço público do Estado que tenham rendimentos de até R$ 3 mil. “Um governante tem que ter, além do cérebro atuando, um coração muito sensível”, afirmou, ao declarar que a desoneração beneficia os aposentados que têm menor renda.

O negócio foi altamente lucrativo para o Governo de Goiás, especialmente se comparado ao leilão semelhante realizado pela gestão passada, destacou o governador. A Celg Distribuição, de maior porte que a privatizada nesta quinta-feira, foi vendida em 2016 por R$ 1,1 bilhão e contraiu uma dívida de quase R$ 7 bilhões aos goianos. “Hoje vendemos uma parcela, a Celg T, por valor superior. Isso mostra quando um Estado é bem administrado e quando se tem respeito para com bem público”, disse Caiado.

O leilão, realizado na Brasil, Bolsa, Balcão (B3 S.A), em São Paulo, foi arrematado pela Pequena Central Hidrelétrica, controladora da EDP. “A função do Estado não é competir com a livre iniciativa, somos parceiros, e assim os tenho”, enfatizou Caiado ao cumprimentar a vencedora e estender o convite para que mais empresas se instalem em Goiás. “Acreditem no nosso Estado, que respeita a iniciativa privada e que cumpre com a sua responsabilidade de proporcionar segurança a todos que ali investem.”

Diretor-presidente da EDP, João Marques da Cruz classificou o arremate do leilão como uma oportunidade de investimento e de lucros. “É um ativo importante para o país e, por isso, entendemos que podemos somar e contribuir para que a empresa, que é boa, fique ainda melhor”, afirmou. “Vamos conseguir rentabilizar com grande qualidade operacional”, planejou. “Estamos implementando uma estratégia forte, de aposta no mercado brasileiro e de aposta nas redes”, completou o representante da empresa vencedora.

A empresa vencedora assume as obrigações da companhia, como pagamento de salários e benefícios aos funcionários. A Celg T detém a concessão de mais de 755 quilômetros de extensão de linhas de transmissão, com contratos de concessão com prazo final entre 2043 e 2046 e 12 subestações próprias, com receita anual permitida (RAP) de R$ 216 milhões. O leilão do braço de transmissão da Celg atraiu grandes grupos do setor elétrico por ser um negócio atrativo e de baixo risco.

A Celg Transmissão S.A (Celg T) é subsidiária de transmissão de energia elétrica e está sediada em Goiânia. O leilão, no modo alienação fiduciária em garantia de 100% das ações ordinárias de emissão, teve outros três lances: Cymi Construções e Participações (R$ 1.6 bilhão), Mez T3 Transmissora de Energia Elétrica (R$ 1.535 bilhão) e Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista – CTEEP (R$ 1.504 bilhão). Todos acima do valor mínimo, estipulado em R$ 1,1 bilhão.

Lucratividade

O secretário-geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, explicou, em números, quão positiva foi a venda de hoje em relação ao negócio fechado pelo governo anterior, quase cinco anos atrás. “A diferença é grande, especialmente quando os rendimentos são comparados. A Celg D era detentora de uma receita anual de cerca de R$ 10 bilhões, enquanto a Celg T, R$ 280 milhões”, explicou. Na primeira, o lucro da então gestão estadual foi de R$ 1,1 bilhão. Agora, é de R$ 1,977 bilhão.

“O ágio de 80,10%, pago durante o leilão, é uma prova de que o mercado reconhece o quanto a gestão da Celg T, sob determinação de Caiado, fez um trabalho de excelência”, comentou Adriano. Aos novos investidores, garantiu que Goiás é um dos estados com maior potencial no Brasil. “Em pouco tempo vamos liderar esse país, não só na área de infraestrutura de energia, mas em todos os setores que vão permitir esse reconhecimento do grande Estado que temos”, projetou o titular da SGG.

“A EDP fez uma aposta mais do que consolidada e segura. Fez uma aposta certa. [A Celg T] é uma companhia vocacionada aos bons resultados, ao sucesso”, salientou o presidente da Companhia Celg de Participações (CelgPar), José Fernando Navarrete Pena. Já o diretor financeiro da B3, Daniel Sonder, disse da felicidade por “reunir, em um ambiente qualificado, investidores do setor privado e bons projetos públicos como o da CelgPar”.

O leilão foi realizado por meio de lote único e critério de julgamento a proposta de maior valor. A transferência do controle acionário da Celg T foi previamente aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), com anuência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Cisão

A Companhia Celg de Participações – CelgPar comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral, em junho deste ano, a cisão parcial da Celg Geração e Transmissão S.A. – Celg GT, subsidiária integral da CelgPar, com a consequente versão do acervo líquido cindido da Celg GT para a CelgPar (“Cisão Parcial”).

A CelgPar vem conduzindo processo de desestatização, que nesta quinta-feira alienou a totalidade das ações de emissão da Celg T com a assessoria técnica especializada e apoio operacional da B3 S.A.

Fonte: Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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