O jornal ‘O Estado de S. Paulo’ publicou um editorial crítico sobre a escolha de Luiz Inácio Lula da Silva ao nomear Gleisi Hoffmann para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela articulação política do governo com o Congresso. Para o Estadão, a decisão “não poderia ter sido pior” e representa um risco para a governabilidade, dada a postura confrontativa da presidente do PT.
A posse da deputada paranaense está prevista para 10 de março, quando substituirá o atual ministro Alexandre Padilha.
No entanto, segundo o editorial, “são incertos os resultados da ida de Gleisi para a SRI no que concerne aos interesses político-eleitorais do presidente da República”, mas, para o Brasil, sua nomeação “não poderia ter sido pior para uma área tão sensível do governo”.
O jornal argumenta que, em vez de promover o diálogo necessário para avançar em uma agenda de consenso, Gleisi Hoffmann representa o oposto disso. “Gleisi Hoffmann é a antítese do esforço de concertação política de que o Brasil precisa para avançar em uma agenda virtuosa comum”, diz o Estadão.
Embora Lula tenha justificado sua escolha com base no papel que a deputada desempenhou na campanha presidencial de 2022, o jornal ressalta que sua atuação à frente do PT desde então não foi no sentido de pacificar o cenário político. Pelo contrário, o veículo afirma que, após a posse de Lula, Gleisi “não contribuiu com uma palavra sequer para a pacificação do País nem tampouco para a construção daquela agenda virtuosa” que deveria ser esperada de um governo formado por uma frente ampla.
O Estadão ainda observa que a deputada “se esmerou no papel de agente da discórdia, não raro sabotando políticas do próprio governo petista”, destacando em especial seus ataques a medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Para o jornal, a nomeação de Gleisi Hoffmann não representa um alívio, mas sim um “incandescente sinal de alerta para a estabilidade política do País”.
O editorial descreve a deputada como “uma das figuras mais polarizadoras da política brasileira” e sugere que sua postura de enfrentamento pode dificultar o diálogo com o Congresso e outras instituições essenciais para a governabilidade.
O veículo enfatiza que a função de ministro das Relações Institucionais exige “habilidade política, tato e capacidade de transitar entre diferentes espectros ideológicos”, características que Gleisi não demonstrou em sua trajetória.
O Estadão ainda critica Lula por, segundo o jornal, priorizar a lealdade partidária em detrimento da competência: “Sempre que instado a decidir entre a competência e a fidelidade canina de seus correligionários, Lula nunca titubeou ao fazer sua escolha”.
O texto também menciona o impacto da nomeação na relação do governo com setores econômicos e políticos. O jornal cita as frequentes críticas de Gleisi ao mercado financeiro, ao Banco Central, ao Congresso e a países alinhados com valores liberais democráticos, enquanto, segundo o Estadão, “cerrava fileiras na defesa de autocracias repulsivas por alinhamento ideológico, pura e simplesmente”.
Outro ponto destacado pelo jornal é que a decisão de Lula de colocar Gleisi na SRI pode estar ligada a sua preocupação com a reeleição, mesmo que isso tenha consequências negativas para o funcionamento do governo.
“Premido pela queda recorde de sua aprovação, Lula parece disposto a ir para o tudo ou nada pela reeleição, ainda que isso prejudique a governabilidade e implique consequências imprevisíveis para a estabilidade política e econômica do País”, afirma o editorial.
Por fim, o Estadão conclui que a presença de Gleisi Hoffmann na articulação política reforça um cenário de confronto, em vez de contribuir para a construção de pontes entre diferentes forças políticas.
“Ao invés de ajudar a construir pontes e restabelecer os laços comuns entre os brasileiros, malgrado suas eventuais dissensões ideológicas, Gleisi tem se destacado por seu especial denodo em erigir muros”, critica o jornal.
om essa análise, o veículo manifesta sua preocupação de que a escolha da deputada para a articulação política pode aprofundar a polarização e tornar ainda mais difícil a relação entre o governo e os demais poderes. Clique AQUI para ver na íntegra.
Com informações Direita Online