Ontem o ex-governador José Roberto Arruda (PL) fez um vídeo junto com o presidente do sindicato dos delegados da Polícia Civil do DF, disponibilizado em suas redes sociais, onde afirmou que a Polícia Civil do Distrito Federal era a melhor polícia de Brasília (vídeo abaixo)
A afirmação do ex-governador, que está temporariamente elegível por força de uma LIMINAR do STJ (Superior Tribunal de Justiça) não caiu bem dentro das casernas policiais e bombeiros militares.
Arruda disse, em alto e bom tom ao presidente do sindicato dos delegados de polícia civil do DF que a PCDF era a melhor polícia de Brasília.
Ora, quem bem sabe e acompanha as questões que envolvem a segurança pública de Brasília sabe que a PMDF foi e é a linha de frente entre a ordem e o caos em qualquer Estado da federação. No Distrito Federal, é ela que carrega o piano nas costas para que seja mantida a ordem na capital federal.
Durante a pandemia, enquanto policiais civis brigavam por trabalhos remotos, a Polícia Militar do Distrito Federal estava na linha de frente, combatendo o crime e a criminalidade sem se preocupar com a segurança física de seus servidores. Sequer tinham um hospital a sua disposição, apesar de fisicamente ele existir, como o Centro Médico da Polícia Militar (CEMED), um dos mais modernos empreendimentos na área de saúde de todo país.
Prova disso foram os inúmeros casos de COVID que ceifaram a vida de muitos policiais militares, muitos deles jovens ainda e que não tiveram a assistência devida no período mais crítico da pandemia, mas que não podiam se abster de seus juramentos de defender a sociedade, nem que fosse com riscos da própria vida.
Hoje (16), provavelmente por intermediação e orientação de algum “assessor militar”, Arruda foi às redes sociais para tentar consertar a besteira que tinha feito através de um novo vídeo (veja abaixo). No vídeo, endereçado aos policiais e bombeiros militares, o ex-governador afirmou e pediu desculpas pelas suas colocações e disse que a melhor Polícia Militar do país e do DF, assim como o Corpo de Bombeiros, eram os órgãos do Distrito Federal. O ex-governador, numa atitude reparadora, teve o cuidado de relembrar de forma sensibilizante a edição da Lei 12.086/09 (na sua gestão), que também foi de Lula, que poderia ter mudado a vida de vários policiais mas, que na prática, se tornou obsoleta e não cabe mais nos dias atuais.
Mas, ao que parece, não conseguiu “reparar” sua gafe. Nos grupos policiais e de bombeiros, as críticas foram pesadas. “Esse cara acha mesmo que somos idiotas? Vem, fala o que pensa, defende a Polícia Civil e depois acha que um videozinho vai nos convencer?”, era uma das frases estampadas nos grupos.
Pelo visto, Arruda vai ter que vestir a farda, literalmente, se quiser trocar os mais de 60 mil votos de policiais e bombeiros militares para tentar se eleger a algum cargo político, em detrimento dos cinco a oito mil votos da Polícia Civil, caso o semideus Alexandre de Moraes, ministro do STF, julgue favorável a questão da improbidade administrativa que impedirá outros mais políticos de concorrerem as eleições de outubro, entre os quais Arruda.
Policial e bombeiro militar tem uma coisa em comum: Quando amam, amam de verdade, mas quando odeiam, também odeiam de verdade! E não perdoam traições. Aos políticos mal-acostumados, que comecem a pensar direitinho sobre isso. Nas casernas a palavra de ordem é: “Não somos idiotas!”.
Da redação, por Poliglota…
