Médico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia explica como o hormônio influencia a saúde das mulheres
Indisposição, fadiga, acúmulo de gordura, dificuldade para obter massa muscular e falta de interesse sexual podem ser alguns dos sintomas indicativos de carência de testosterona no organismo das mulheres.
O principal hormônio sexual masculino, responsável pelo aumento da musculatura, o engrossamento da voz, o aparecimento de barba nos homens, também está presente nas mulheres, mas em menores concentrações.
A obesidade, o sedentarismo e a ansiedade são alguns dos fatores que tendem a reduzir a presença do hormônio no organismo.
“Às vezes, (a redução da testosterona) se confunde com algum transtorno de humor. A pessoa fica mais depressiva, com menos disposição e perda da libido”, diz o médico Fernando Alves, endocrinologista do Hospital Santa Lúcia e titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.
Reposição da testosterona
Praticar atividades físicas regularmente – ao menos três vezes por semana – e seguir uma alimentação saudável, livre de alimentos gordurosos, industrializados e frituras, tendem a melhorar os sintomas da baixa hormonal.
O principal critério para a indicação da suplementação da testosterona nas mulheres é a desordem do desejo sexual hipoativo (DHEH), transtorno que causa deficiência persistente ou recorrente do desejo sexual. O desequilíbrio hormonal pode levar a dificuldades interpessoais e ao sofrimento da paciente, por isso o tratamento é indicado.
O hormônio pode ser reposto na forma de fitoterápicos, comprimidos, gel, creme, adesivo transdérmico ou injeção intramuscular, sempre com orientação médica. “Normalmente, a primeira indicação para a administração do medicamento é por via cutânea (em gel), daí se avalia se a paciente obteve o ganho desejado”, explica Alves.
O endocrinologista critica o “uso recreativo” da testosterona para fins estéticos, como perder gordura visceral, ganhar massa magra e melhorar da resistência física.
De acordo com ele, dosagens muito altas podem acarretar em efeitos colaterais, como queda de cabelo, unha quebradiça, acne, aumento de pelo facial e no corpo, desregulação da menstruação e aumento das taxas de colesterol, risco de infarto e problemas de fertilidade.
“O tratamento precisa ser muito bem acompanhado. Nem todas as mulheres tem indicação para fazer a reposição. A mulher pode ter um ganho no começo, sentir-se bem, mas acabar atrapalhando vários outros aspectos de sua saúde”, pondera.
Fonte: Metropoles.com