Investigações da PF revelam possível participação do ex-presidente em plano para reverter resultados das eleições de 2022.
Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento nesta quinta-feira (22) em Brasília sobre um suposto plano de golpe de Estado. A investigação aponta que o ex-presidente teria recebido, analisado e modificado uma minuta de decreto golpista em dezembro de 2022. Bolsonaro nega qualquer irregularidade.
Dados reunidos no inquérito, segundo a PF, comprovam a participação de Bolsonaro nas tratativas para a elaboração do decreto, que visava reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Outros alvos da operação, como os generais Walter Braga Neto, Augusto Heleno e Tercio Arnaud Thomaz, além de ex-assessores e ex-ministros de Bolsonaro, também serão intimados a depor.
Mensagens trocadas entre o então ajudante de ordens presidencial Mauro Cid e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, corroboram a existência do decreto golpista. Em um dos áudios, Cid relata que Bolsonaro recebeu pressões para tomar medidas mais drásticas, com o uso das Forças Armadas, e que ele teria “enxugado” o decreto original, tornando-o mais direto e objetivo.
A PF também encontrou provas de que Bolsonaro analisou e alterou a minuta do decreto.
Outro áudio revela que a minuta foi apresentada em uma reunião realizada dois dias antes da troca de mensagens entre Cid e Freire Gomes. O presidente teria sido pressionado a tomar medidas mais radicais, mas resistiu, optando por uma versão mais limitada do decreto.
Em 8 de janeiro de 2023, durante a invasão e depredação dos Três Poderes em Brasília, Cid trocou mensagens com sua mulher. Ao receber críticas de chefes de Estado de outros países sobre a tentativa de golpe, o oficial respondeu: “Imagina se ele tivesse assinado”.
A defesa de Bolsonaro nega que ele tenha participado da elaboração do decreto golpista. Afirmam que o ex-presidente jamais estimulou qualquer movimento nesse sentido e se manifestou contra os atos de vandalismo de 8 de janeiro.
As medidas tomadas pela PF demonstram a seriedade das investigações sobre o suposto plano golpista. O depoimento de Bolsonaro e dos demais envolvidos será crucial para esclarecer os fatos e determinar as responsabilidades.
É importante acompanhar o desenrolar das investigações para garantir que a justiça seja feita e que os responsáveis por este crime contra a democracia sejam punidos.
