Como era de se esperar, o presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nesta quinta-feira (25) contra a realização do carnaval no Brasil. Apesar de se contrapor a medidas sanitárias para conter a covid-19, o presidente deixou claro que a decisão cabe a governadores e prefeitos
Apesar de se contrapor a medidas sanitárias para conter o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (25) que, por ele, não haveria Carnaval em 2022. “Por mim, não teria Carnaval. Mas tem um detalhe, quem decide não sou eu. Segundo o STF, quem decide são os governadores e prefeitos”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia.
A declaração do presidente mais uma vez distorce a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu autonomia a Estados e municípios para decidir sobre medidas de controle do coronavírus, mas por outro lado joga a responsabilidades aos governadores e prefeitos que amanhã não poderão cobrar do governo federal qualquer parcela de culpa.
Claro que os governantes estão preocupados com o que poderá acontecer pós carnaval. Com a descoberta de uma nova variante do coronavírus bastante letal e a quarta onda já detectada na Europa, a tradição Carnavalesca mantêm sob dúvidas a realização da festa em 2022 no momento em que a Europa já enfrenta uma quarta onda de covid-19. Entre as grandes cidades, só o Rio de Janeiro confirmou o Carnaval no ano que vem.
Em São Paulo, a decisão será tomada até o final do ano, de acordo com o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a partir do cenário epidemiológico e vacinal. O prefeito de Recife, João Campos (PSB), chegou a propor a criação de um comitê de prefeitos de capitais, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A capital mineira já anunciou que não vai patrocinar a festa, como de costume. Salvador ainda não confirmou o evento.
Ainda sobre pandemia, Bolsonaro também disse durante a entrevista que a vacina contra covid-19 perde validade depois de seis meses. “Quem está contaminado tem imunidade por muito mais tempo, isso está comprovado”, declarou, sem respaldo científico. A imunidade induzida pelas vacinas é duradoura e efetiva no contexto da pandemia, de acordo com especialistas. A proteção está sendo reforçada com uma terceira dose para todos os adultos por orientação do Ministério da Saúde.
Com informações terra.com