Como se não bastasse os quatro policiais mortos em pouco mais 30 horas e que causou grande comoção semana passada, mais uma vez, e em menos de 24 horas, dois policiais morreram vítima do COVID-19. Uma situação que está deixando os homens e mulheres da linha de frente desesperados
A situação está tão grave que levou o Presidente da CLDF, Rafael Prudente, a pedir em sessão remota que seja dado prioridade a vacinação dos militares e policiais civis que estão diretamente empregados na linha de frente.
Para agravar mais a situação caótica e assustadora porque passa a saúde na PMDF, policiais que conseguem pedidos médicos de exames na rede pública ou privada para detecção do vírus, até mesmo em regime de urgência, não estão conseguindo autorizações dentro da corporação, tendo que gastar do próprio bolso para fazê-los sob risco de contraírem ou tratarem o mal. Isso sem falar no risco de morte pela velocidade com que se propaga o vírus.
Na sessão da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) ontem (17), o presidente da Casa, o deputado Rafael Prudente (MDB), fez uso da palavra para pedir às autoridades competentes para que os policiais militares e civis possam entrar no grupo daqueles que tem prioridade na vacinação contra acovid-19. Assista ao vídeo:
“Faço um apelo aqui ao diretor-geral da polícia, à Secretaria de Saúde para que possa colocar como prioridade ‘zero’, os policiais militares, civis e os bombeiros”, disse o deputado.
Nesta primeira etapa, os grupos prioritários definidos pela Secretaria de Saúde local foram os mesmos que o Ministério da Saúde recomendou, ou seja, os profissionais de saúde da rede pública e privada que atuam na linha de frente, passando também pelos idosos que residem em asilos e a população indígena.
Para o presidente da CLDF, os profissionais de segurança pública também trabalham na linha de frente no combate à doença
Num primeiro momento, os bombeiros e os professores foram colocados como prioritários, mas a ideia não se concretizou. Agora, o deputado tenta outra vez colocar as forças de segurança como público-alvo, já que, segundo ele, o contato desses profissionais como pessoas infectadas – como, por exemplo, na abordagem de pessoas em festas clandestinas ou até mesmo em bares – seria maior se comparado com os professores, que também solicitam a inclusão da categoria como grupo prioritário a receber a vacina.
“Estão se expondo muito todos os dias desde o início da pandemia eles estão nas ruas”, afirmou Prudente.
O blog ouviu um depoimento de um policial (que não será identificado) e o relato é completamente assustador: ”Fui ontem tentar pegar guia para fazer uns exames relacionados a COVID, mas me falaram que não estão autorizando e só uma CEL estava fazendo isso; Mas ao mesmo tempo falaram que eu não poderia ir lá na Coronel, pois tinha que ficar isolado. Falei que preferia fazer o exame em vida, porquê depois não precisaria mais de exame nenhum. O PM que precisar de exame de urgência vai morrer se for depender da rede de saúde da PM”, relatou.