O governo do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, deve divulgar nesta terça-feira (12) seu relatório anual sobre direitos humanos no mundo com duras críticas aos abusos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à perseguição contra apoiadores da direita no Brasil. A informação foi publicada pelo jornal The Washington Post nesta segunda-feira (11), com base em documentos preliminares do Departamento de Estado obtidos pela reportagem.
Segundo o Post, o relatório acusará o governo brasileiro de “suprimir de forma desproporcional a liberdade de expressão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro”, apontando diretamente Moraes como responsável por medidas que atingiram opositores do atual governo Lula, de esquerda. O documento menciona que o magistrado “ordenou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de usuários na rede social X (antigo Twitter)”, atingindo de forma significativa comunicadores e membros da direita brasileira.
Atualmente, o ministro Moraes já está sob sanção da Lei Magnitsky por ter sido considerado pelo governo americano como um violador dos direitos humanos. Além de Moraes, outros sete ministros do STF foram afetados com a suspensão do visto americano. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirma que o ministro Moraes cometeu “sérios abusos de direitos humanos, incluindo detenção arbitrária com flagrante negação de garantias de julgamento justo e violações da liberdade de expressão”. Moraes, por sua vez, tem tentado ignorar as sanções e seguir atuando normalmente.
Ainda de acordo com o Washington Post, o relatório também fará críticas contra a África do Sul. No caso sul-africano, o documento citará a “expropriação de terras de africâneres [fazendeiros sul-africanos brancos] e outros abusos contra minorias raciais” e destacará a insatisfação dos EUA com o apoio de Pretória a ações contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Gazeta do Povo
