- PUBLICIDADE -

PIB anabolizado e barriga vazia; eis o fracasso de Lula

Lula pode distribuir quantas benesses quiser, porque se não perder agora, o Brasil perderá amanhã. Mas está se lixando para isso

Fogo morro acima, água morro abaixo e povo mal humorado, não há dado positivo que segure. O governo Lula comemora o “pibão” de 3.4% em 2024, acima de quaisquer previsões mais otimistas ao final de 2023, bem como ostenta uma taxa de desemprego das menores dos últimos dez anos, ao redor de 6.5%, e ainda que acima da meta, a inflação, medida pelo IPCA, oscilando na faixa de 5%, encontra-se relativamente “sob controle”, mas, ainda assim, a desaprovação popular segue em forte ritmo de alta, motivada, sobretudo, pela inflação de alimentos, como deixam claras todas as últimas pesquisas de opinião.

Segundo dados do IBGE, de 2020 a 2024, o IPCA avançou 33%. Trabalhadores de setores como agronegócio, indústria e serviços, que dependem muito de mão de obra, além de profissionais autônomos, conseguiram acompanhar a subida de preços com recomposições salariais. O problema é que a inflação de alimentos foi além, cerca de 55% no mesmo período, e essa brutal diferença se traduziu em prato vazio, barriga roncando e muita irritação, pois já não basta se matar de trabalhar, enfrentar horas no trânsito, não ter lazer, morar mal e toda sorte de infortúnios, para conseguir ao menos se alimentar.

A inflação de alimentos está alta no mundo inteiro. Mudanças climáticas, disrupção das cadeias produtiva e de logística, que ainda sentem o efeito da pandemia do coronavírus, e, principalmente, a expansão da base monetária (dinheiro em circulação), durante e após a covid, com a dinheirama fabricada pelos governos ao redor do mundo, para auxílio das pessoas confinadas – o que elevou o consumo de alimentos a níveis recordes -, estão na raiz da carestia nutricional planetária, já que a oferta (produção e distribuição) de comida não vem acompanhando toda essa demanda global.

Tudo pode piorar

No Brasil, tanto pior, pois sob um governo cada vez mais irresponsável, perdulário, ineficiente e incapaz de perceber, reconhecer e corrigir os próprios erros, que começaram ainda em 2022 com a tal PEC da Transição, e que permanece errando a cada medida eleitoreira, de cunho assistencialista, indutora de mais gasto público e aumento de dinheiro em circulação, além de outras medidas igualmente ineficazes, como o anúncio de isenção fiscal (imposto zero) para importação de alguns alimentos – já produzidos em abundância no país -, não compreendo minimamente a estrutura da nossa inflação.

Se há uma crítica que jamais poderemos fazer a Lula e ao lulopetismo é a falta de coerência. Essa gente verdadeiramente segue a máxima: “não aprendem nada, não esquecem nada”. Insistem nas mesmíssimas teses e práticas fracassadas ao longo da história. Diante da queda de popularidade e o risco cada vez maior de perder as eleições no ano que vem, era certo, como dois e dois são quatro, que Lula dobraria a aposta em medidas populistas como expansão do crédito, aumento de programas assistencialistas e medidas artificiais de combate à inflação.

Alguém, certa vez, disse: “O povo não come PIB”. Às classes mais pobres do Brasil, após satisfeitas as despesas essenciais, restam menos de 25% da renda para outros gastos – atenção: quando a renda é suficiente. Isso não é viver; é sobreviver. Enquanto nossos governantes não enxergarem o país a longo prazo, em não de olho na próxima eleição, não sairemos dessa espiral de atraso e miséria. Lula pode distribuir quantas benesses quiser, porque se não perder agora, o Brasil perderá amanhã. Mas está se lixando para isso.

O Antagonista

- PUBLICIDADE -
- PUBLICIDADE -

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- PUBLICIDADE -