Existe um ditado popular que diz “que quem não deve não teme”
E foi com base neste ditado que o ex-presidente Jair Bolsonaro surpreendeu a todos, principalmente a esquerda que o julgava de estar planejando até uma fuga do país, ao comparecer ao STF ontem (25) para assistir o julgamento da denúncia contra ele e mais 7 aliados.
Parlamentares da oposição ao governo Lula se manifestaram nas redes sociais em apoio a Bolsonaro. A avaliação da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal se Bolsonaro e aliados se tornarão réus por uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 deve se encerrar hoje (26).
De todos os citados na denúncia, Bolsonaro foi o único a comparecer ao plenário da 1ª Turma do STF. Com uma de suas principais características quando está prestando atenção a determinados assuntos, a mão esquerda apoiando o rosto, o ex-presidente manteve fixo os olhos nos ministros que votavam em sua frente, sempre ao lado de seus advogados, Paulo Bueno e Celso Vilardi.
Sua dispersão só se desviava em alguns momentos quando recorria ao celular para postar alguma coisa em suas redes sociais, como uma delas postada no “X” em tom irônico: “No meu caso, o juiz apita contra antes mesmo do jogo começar… e ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário; tudo numa pessoa só”. Provavelmente esse comentário se referia ao ministro Alexandre de Moraes, Relator.
Argumentos da defesa são rejeitados
Não é comum no Brasil vermos a ida de um investigado político em seu próprio julgamento. A ida de Bolsonaro pode ser encarada em várias vertentes que, estrategicamente, podem ter sido traçadas pela sua defesa. Paulo Bueno, um de seus advogados disse: “Ele veio para que saibam que ele irá enfrentar essa injustiça de maneira corajosa e honrada”.
Mas a presença do ex-líder da nação não foi o suficiente para “intimidar” os ministros, mesmo que essa fosse uma das estratégias. Prova disso é que todos os argumentos levantados pela defesa do ex-presidente foram rejeitados pelos magistrados.
Oposição diz que as cartas já estão marcadas
Para a oposição, e aliados fiéis ao ex-presidente, as cartas já estão marcadas e a denúncia do Ministério Público acatada pela Procuradoria Geral da República (PGR) deve ser aceita pelo Supremo, tornando Bolsonaro e demais investigados réus.
“Sabemos que esse julgamento é pró-forma, mais um espetáculo de interesse da esquerda e da mídia militante brasileira. Enquanto não destruírem a reputação e não colocarem Bolsonaro atrás das grades eles não sossegarão”, disse uma fonte que pediu anonimato por temer represálias do STF.
Já para o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), é inadmissível que continuemos assistindo a advogados reclamarem que não tiveram acesso às provas constantemente e nada ser feito, pois trata-se do último poder a decidir e recorrer, e questionou: “Em algum país do mundo isso é considerado justiça?”.
O fato é que hoje deverá sair um veredito. O que acontecerá depois da decisão dos ministros é que são as incógnitas. O maior questionamento é se será decretada a prisão do ex-presidente e aliados e quais as repercussões a nível nacional e internacional.
Mas e o povo, o eleitorado e os apoiadores de Jair Bolsonaro? Será que assistirão passivos caso o maior líder da direita brasileira seja preso?
Respostas que só teremos após o jogo terminar. Aguardemos o apito final…
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília