Rogério Rosso: “Segurança e eficácia da vacina russa são incontestáveis”

À queima-roupa // Rogério Rosso, Diretor de Negócios Internacionais da União Química

À queima-roupa 

O que falta para a Anvisa aprovar a aplicação da Sputnik V em caráter emergencial?

Fizemos, na última sexta-feira, o pedido de uso emergencial para 10 milhões de doses para o Brasil. Anvisa solicitou mais informações, que já estão compartilhadas com a agência.

Quanto tempo levaria para realizar todos os testes da fase 3 em brasileiros?

Solicitamos o pedido de testes clínicos em 29 de dezembro do ano passado. A Anvisa solicitou maiores esclarecimentos que estão sendo providenciados. Os testes clínicos, em tese, duram de 45 a 60 dias.

Quantas pessoas já receberam a dose do imunizante russo no mundo?

Em quais países?

Mais de 2 milhões de pessoas já estão sendo imunizadas com a Sputnik V, na Rússia, Argentina, Paraguai, Bielorússia, Sérvia, Palestina e Argélia.

Como tem sido a repercussão? Alguma reação adversa grave?

O Fernando Marques (presidente da União Química), eu e executivos da empresa da área industrial, tecnológica e regulatória estivemos em Moscou na semana passada e acompanhamos os resultados maravilhosos da Sputnik V. Milhões de pessoas sendo imunizadas com a Sputnik V sem nenhuma reação adversa grave e eficácia de 91,4% de imunogenicidade. Essa é a grande realidade.

Temos visto algumas reações alérgicas graves nas pessoas especialmente idosas que receberam a Pfizer. Isso acontece com a Sputnik?

A Sputnik foi desenvolvida pelo renomado instituto Gamaleya, do governo russo. Mais de 130 anos de história no desenvolvimento de medicamentos e vacinas. A segurança e eficácia da vacina são incontestáveis, e os resultados mostram isso. Tecnologia de adenovírus humano já desenvolvida pelo Gamaleya desde os anos de 1980.

Qual é a capacidade de produção da União Química?

Com a fábrica do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) em Brasília e nossa fábrica de fracionamento e envase de Guarulhos (SP), nossa capacidade em plena operação será de 8 milhões de doses por mês.

As 10 milhões de doses que viriam da Rússia chegariam imediatamente?

Sim. 600 mil doses em janeiro, 3,4 milhões em fevereiro e 6 milhões em março.

Haverá produção no DF?

A parte mais importante da vacina, que é a produção do IFA, será totalmente produzida em nossa unidade de Biotecnologia — Bthek, localizada no Polo JK. Produzindo vacina em solo brasileiro, seremos menos dependentes de importações e da disponibilidade de imunizantes por parte dos laboratórios internacionais. E isso se deve especialmente pela transferência de tecnologia e parceria com o Fundo Russo de Investimentos — Rdif, Instituto Gamaleya e Grupo União Química. O Governo da Rússia está dando um grande exemplo de humanidade nessa guerra contra a covid-19 ao transferir a tecnologia de sua vacina para vários países.

Você já se vacinou?

Ainda não. Tenho que esperar meu lugar na fila de acordo com as prioridades do Ministério da Saúde. E se Deus quiser, vou tomar a vacina Sputnik V, produzida pela União Química na capital da República.

Qual será o principal argumento a ser apresentado para a Anvisa amanhã (hoje)?

Vamos compartilhar todas as informações que a Anvisa solicitou. Nosso argumento é a ciência e os resultados da Sputnik V em todo o mundo. A Anvisa é a nossa guia nesse momento.

O que mostram os estudos clínicos sobre eficácia da vacina?

91,4 % de eficácia, com duas doses num intervalo de 21 dias.

CB Poder – Ana Maria Campos

Artigo anteriorSSP aprova novo plano estratégico para melhorar a segurança pública do DF
Próximo artigoCuidado: Vacinação agendada é golpe de estelionatários