Distrito Federal: redução de casos de Covid disponibiliza leitos de UTI

Foram registradas esta semana, 230 vagas disponíveis de UTI entre as 719 ofertadas pela rede pública de saúde. Segundo a Sala de Situação da Secretaria de Saúde com a redução de casos de Covid-19, existe uma nova disponibilidade de leitos de UTI, antes direcionados para pacientes com coronavírus.

A secretaria começa a planejar a desmobilização gradual desses leitos exclusivos com a análise desses dados. De acordo com o secretário, Osnei Okamoto, “todos os leitos instalados durante a pandemia serão aproveitados para reforçar o nosso sistema de saúde pública. Com a redução dos casos vamos começar a realoca-los”.

Conforme o Governo do Distrito Federal, a taxa de ocupação dos 719 leitos destinados à Covid-19 na rede pública – incluindo adulto, pediátrico e neonatal – é de 66,42%. Desse número, 455 estão ocupados, 230 vagos e 34 bloqueados ou aguardando liberação.

Novo cenário

O cenário mudou e com essa redução de casos no Distrito Federal, agora se planeja a desativação de alguns leitos a partir do dia 26 desse mês, obedecendo um cronograma rígido e controlado por técnicos de saúde e estatísticos.

O Secretário-Adjunto de Assistência à Saúde, Olavo Muller, afirma que a desativação dos leitos não será de imediato. “A desmobilização dos leitos de UTI especificamente para os pacientes de Covid-19 não será rápida nem abrupta. Será feita com bom planejamento e avaliada criteriosamente”, diz.

Complementa:” Primeiro, estamos planejando. Depois, começaremos pelos hospitais particulares e, gradativamente, pelos nossos hospitais, nada será impensado, tudo será bem planejado”.

Debate para decisões

Olavo Muller garante que a desativação das camas e estruturas será discutida entre as superintendências e hospitais da rede e com tempo para eles se programarem.

“Estas três semanas vão servir para os gestores planejarem os hospitais com um novo foco. Se um hospital tem 40 leitos de UTI, a gente pode desmobilizar 10, 20, a depender da demanda”, afirma o Secretário-Adjunto.

Planejamento

Segundo o GDF, quando a doença chegou ao Distrito Federal, – o primeiro caso foi confirmado em 7 de março – o governo estava preparado para enfrentá-la.

O Hran – Hospital Regional da Asa Norte, foi a unidade habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa,  para tratar da ocorrência do vírus e, naquela época, já tinha destinado um andar inteiro do hospital para combater o vírus.

O GDF destaca que foram construídos os hospitais de campanha do Estádio Nacional Mané Garrincha, com 197 leitos, e da Polícia Militar do DF, com 80 leitos de UTI,  e outros hospitais regionais, quatro UPAs e a rede privada passaram a somar esforços, chegando a 27 unidades com leitos públicos em todo o Distrito Federal.

Projeções de abertura de leitos

Em março, no início da pandemia, a Secretaria de Saúde fez três projeções de aberturas de leitos. Elas variaram de 700 a mil suportes públicos e privados. Assim, logo o governo teria passado a trabalhar e concretizar a ampliação da oferta dos leitos.

“É nítido em todos os hospitais que hoje já existe diminuição acentuada dos pacientes que chegam procurando atendimento e possuem sintomatologia grave. O que mais assustava era a necessidade de suporte de ventilação mecânica, e esses casos diminuíram. Tivemos hospitais que há algumas semanas atendiam 30, 40 pacientes a cada 12 horas. Agora, estes mesmos atendem dois, três casos”, afirma Olavo Muller.

Além dos hospitais de Campanha do Mané Garrincha e da PM-DF, que estão em funcionamento, a Secretaria de Saúde reforça que deve ser entregue, em breve, uma unidade no Complexo Penitenciário da Papuda, com 40 leitos, e também um em Ceilândia, com 60 leitos.

Menor letalidade

Essa infraestrutura ajuda a colocar Brasília, em destaque no ranking nacional: o de menor letalidade proveniente da Covid-19.

A 19ª edição semanal do Boletim Codeplan Covid-19 mostra que o DF ocupa a antepenúltima (25ª) posição no ranking da taxa de letalidade entre os Estados, em 16/08, com 1,53% dos casos confirmados vindo a óbito, atrás de Roraima (1,39%) e Tocantins (1,34%).

A Secretaria de Saúde  realizou contrato emergencial de serviço de gestão integrada, em que a empresa contratada oferece toda a estrutura de equipamentos e recursos humanos necessária para atendimento de pacientes com a Covid-19 nos hospitais de campanha criados no DF.

Utilização de equipamentos pós-pandemia

O contrato, mostra o governo, prevê a locação de equipamentos, gerenciamento técnico, assistência médica e multiprofissional, de forma ininterrupta, com manutenção e insumos necessários para o funcionamento dos equipamentos, incluindo computadores e impressoras, e ainda atendimento dos pacientes com medicamentos, insumos e alimentação.

Muller destaca que o sistema de saúde do Distrito Federal vai aproveitar os equipamentos e investimentos feitos após a pandemia: “Respiradores, camas, bombas de difusão. Imagina o que Brasília passa a ganhar com respiradores novos, leitos, muito material que vamos dinamizar no pós-pandemia”, explica.

Fonte: Portal Repórter Brasília

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