A operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de mandados de busca e apreensão e de medidas restritivas, ganhou destaque na imprensa internacional nesta sexta-feira (18). Os mandados foram emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a proibição do uso de redes sociais, do contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros, de aliados investigados e de se aproximar de embaixadas.
Imprensa dá destaque para medidas restritivas e atuação de Eduardo
O New York Times noticiou que “Bolsonaro é obrigado a usar tornozeleira eletrônica, aumentando a rivalidade do Brasil com Trump”. O jornal americano destacou que as medidas restritivas do STF desafiam “as exigências do presidente Trump de que as acusações contra Bolsonaro fossem retiradas”.
A agência de notícias Reuters destacou que o ex-mandatário “foi obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica, aumentando “a pressão legal que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou encerrar ameaçando impor uma tarifa elevada sobre produtos brasileiros”.
O periódico argentino La Nacion destacou que Bolsonaro “está proibido de usar as redes sociais ou contatar outros indivíduos sob investigação do Supremo Tribunal Federal, incluindo seu filho, Eduardo Bolsonaro, um parlamentar brasileiro atualmente morando nos Estados Unidos e conhecido por seus laços estreitos com o presidente americano Donald Trump”.
O jornal espanhol El País destacou na manchete que a razão das medidas cautelares impostas pela justiça à Bolsonaro é o “risco de fuga”.
A CNN internacional noticiou que a polícia brasileira “invadiu a casa do ex-presidente Bolsonaro”, enquanto a emissora americana Fox News lembrou que, na última quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump, “pediu o fim imediato do julgamento, dizendo que Bolsonaro é vítima de um ‘sistema injusto'”.
A Euronews apontou que a operação foi “baseada em evidências que indicam que o ex-presidente queria fugir do país e buscar asilo político de Donald Trump”.
Já a Al Jazeera, TV do Oriente Médio, afirmou que Eduardo Bolsonaro tem feito lobby em Washington, D.C., para trabalhar com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, a fim de impor sanções ao Brasil.
O periódico inglês The Guardian afirmou que o “veredicto de culpado é amplamente esperado para o ex-presidente brasileiro acusado de conspiração para tomar o poder após perder a eleição de 2022”.
A revista americana Newsweek destacou na manchete que o “aliado de Trump é detido e monitorado com tornozeleira por temor de pedido de asilo”.
Carta de Trump citada pedia o fim do julgamento
Na última quinta-feira, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, uma carta ao ex-mandatário brasileiro Jair Bolsonaro, na qual afirmou que o julgamento contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) deveria ser encerrado.
Horas após a operação, Moraes confirmou que atuação de Eduardo nos EUA motivou ação contra Bolsonaro.
“As graves condutas ilícitas demonstram que Jair Messias Bolsonaro está atuando em conjunto com seu filho Eduardo Nanes Bolsonaro nos atentados à Soberania Nacional, com o objetivo claro de interferir no curso de processos judiciais, desestabilizar a economia do Brasil e pressionar o Poder Judiciário, notadamente o Supremo Tribunal Federal, através de imposição de sanções em face de autoridades públicas brasileiras”, escreveu Moraes ao atender a argumentos apresentados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Entre as sanções que estariam sendo articuladas por Eduardo nos Estados Unidos está a taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump contra os produtos brasileiros exportados para lá, determinada apenas dois dias antes de Moraes aceitar o pedido da PGR para abrir esta nova ação no STF.
Gazeta do Povo