Com investimento de R$ 160 milhões, as obras incluem viadutos e corredores exclusivos de transporte público; um dos elevados do trecho 1 está em fase final e será liberado em breve
Com foco na priorização do transporte coletivo, a obra de reconstrução da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) avança em seis frentes para transformar a via em um moderno corredor viário, com pistas exclusivas para ônibus e veículos de passeio. Com investimento de R$ 160 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF), a intervenção promete beneficiar cerca de 30 mil motoristas por dia e reduzir em pelo menos 25 minutos o tempo de viagem dos usuários do transporte público.
Todas as frentes da obra na Epig estão em andamento. Nos próximos dias, será liberado um dos viadutos do trecho 1, que liga a EPTG à Epig, um dos principais acessos do corredor. Com a liberação do primeiro viaduto, será possível integrar o corredor exclusivo de ônibus para quem vem da Estrada Setor Policial Militar (ESPM). O trecho 2 também está adiantado: o viaduto foi finalizado e, neste momento, as equipes realizam os encaixes com o pavimento de concreto. Na sequência, começa a escavação para viabilizar a conexão entre a Octogonal, o Sudoeste e a Epig.
A divisão por trechos facilita o controle e a execução das obras de mobilidade na Epig. O trecho 1 tem início na intersecção da EPTG com a Epig, entre a DF-085 e a DF-011, nas imediações da Octogonal. Ele passa por baixo da passarela da Octogonal e termina próximo à entrada do Sudoeste. Já o trecho 2 começa na mesma região, entre a Octogonal e o Sudoeste, e segue até a altura do Parque da Cidade, passando pela Polícia Civil.
Parte dos viadutos, ambos fundamentais para a mobilidade da região, está praticamente concluída. Essas estruturas são essenciais para conectar a região oeste de Brasília ao centro da cidade. Atualmente, cerca de 110 mil veículos circulam diariamente pela Epig, em um trecho que ainda possui perfil rodoviário, mas que está sendo transformado em um corredor com características urbanas.
Na prática, segundo o secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro, o grande benefício da obra será percebido pelos motoristas e, principalmente, por quem utiliza o transporte coletivo. “O corredor exclusivo de ônibus terá início no Sol Nascente e Hélio Prates, passando pela EPTG, onde o sistema já está em funcionamento, e seguirá até o Terminal da Asa Sul e o Eixo Monumental. O objetivo é reduzir significativamente o tempo de deslocamento dos usuários do transporte público”, afirma.
“A via, que antes contava com muitas interseções e semáforos, será totalmente transformada. A proposta é eliminar os semáforos, substituindo as travessias por passagens inferiores para pedestres, além de viadutos que farão a conexão entre o Sudoeste, a Epig, a EPTG e o Parque da Cidade. Tudo isso trará mais fluidez ao trânsito e maior eficiência ao sistema de transporte coletivo”, completa.
No primeiro viaduto, o fluxo de veículos se divide: parte segue em direção ao Setor Policial Sul e parte ao Plano Piloto. A estrutura contará com quatro faixas de rolamento, com três destinadas a veículos leves e uma exclusiva para o BRT. Sob o viaduto, haverá ainda duas faixas, uma em cada sentido, também reservadas ao BRT, que seguirá em direção ao Setor Policial.
O tráfego do BRT será contínuo: vindo da EPTG, os ônibus permanecerão à esquerda, na faixa exclusiva, e passarão por uma nova estação próxima à passarela da Octogonal, ponto de integração com ciclistas e pedestres. Depois, seguirão por baixo do viaduto em direção ao Setor Policial. No sentido contrário, para quem vem da ESPM em direção a Taguatinga, o BRT utilizará inicialmente a faixa da direita, passará sob o viaduto e, em seguida, se deslocará para a faixa da esquerda até acessar novamente a EPTG.
Por solicitação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi construída uma grande rotatória no trecho entre o Sudoeste e a Octogonal. A medida buscou preservar a integração entre os modais, pedestres, ciclistas e usuários da ciclovia, para evitar uma separação física por meio de passagem subterrânea.
Além da rotatória, a obra inclui dois novos viadutos que trarão mais fluidez ao tráfego. Com eles, motoristas poderão acessar diretamente Octogonal e Sudoeste ou sair do bairro em direção ao Plano Piloto por meio de alças viárias.
Impacto
As mudanças promovidas pelo GDF trazem benefícios para toda a população, desde quem mora perto das obras ou dirige o próprio carro, até, principalmente, quem sai das regiões administrativas por meio do transporte público. É o que acontece com a estudante Kailane Souza, 21 anos, moradora de Samambaia. Ela anda de ônibus todos os dias e vê com bons olhos a criação de faixas exclusivas para o transporte coletivo. “Acho uma boa ideia, principalmente na hora de ir embora, porque tem muito trânsito. Isso faz muita diferença pra quem pega ônibus”, avaliou.
Para o motorista de ônibus Fernando Fialho, 53 anos, que atua na área há três décadas, as obras de mobilidade na Epig podem causar transtornos temporários, mas os resultados serão positivos no futuro. “A população cresce a cada dia, a demanda aumenta, então essas obras são necessárias, mesmo sendo desconfortáveis agora”, destaca.
Segundo ele, os passageiros reconhecem os benefícios dos corredores exclusivos. “Eles comentam que o tempo de viagem diminui. Quem inventou esse corredor está de parabéns, é uma verdadeira chave na mão. A mobilidade evolui muito. Ajuda bastante, é benéfico para todo mundo.” Como motorista, Fernando também confirma que os corredores realmente reduzem o tempo de deslocamento entre os pontos da cidade.
Agência Brasília