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Toffoli amplia fama no exterior por enterrar combate à corrupção

Jornal britânico ‘Financial Times’ destaca anulação de condenações e suspensão de multas pelo ministro do STF, meses após ‘The Economist’ destacar as decisões do “friend of my father’s friend” contra a Operação Lava jato

O jornal britânico Financial Times publicou uma matéria crítica sobre as recentes decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. Segundo o FT, as ações do ministro, que incluem a anulação de condenações e a suspensão de multas milionárias, ameaçam o legado da Operação Lava Jato, a maior investigação de corrupção da história do Brasil.

O Financial Times destacou que Toffoli anulou todas as sentenças criminais contra Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora de mesmo nome (hoje Novonor) e figura central na Operação Lava Jato. A revista britânica The Economist também dedicou recentemente, no início de março, algumas páginas ao “friend of my father’s friend”.

Odebrecht havia admitido em 2016 seu envolvimento em esquemas de suborno e cumprido pena de prisão. A decisão que o beneficiou coincidiu com a anulação da condenação de José Dirceu, ex-ministro e aliado de longa data de Lula, devido à prescrição do caso.

A boiada

Nos últimos seis meses, Toffoli também suspendeu multas milionárias impostas a Odebrecht e J&F, holding que controla a JBS. O Financial Times ressaltou que essas medidas geraram críticas intensas sobre um possível conflito de interesses, uma vez que a esposa de Toffoli já havia atuado como advogada para a J&F em um caso não relacionado.

A Lava Jato, iniciada em 2014, revelou um esquema bilionário de contratos fraudulentos envolvendo a Petrobras, empresas de construção e políticos de diversas esferas. A operação resultou na recuperação de bilhões de reais e na prisão de várias figuras poderosas, tornando-se um símbolo do combate à corrupção no Brasil. No entanto, o Financial Times lembrou que alegações posteriores de conluio entre juízes e promotores alimentaram acusações de que a operação tinha motivações políticas.

Após sua condenação em 2017 por lavagem de dinheiro e corrupção, Lula passou quase 600 dias na prisão antes de ter suas sentenças anuladas pelo STF, o que lhe permitiu concorrer novamente à presidência. Desde então, Lula criticou a Lava Jato, chamando-a de “maior mentira” da história brasileira e acusando os EUA de manipularem a operação para prejudicar a Petrobras.

Sozinho

Financial Times apontou que as decisões de Toffoli têm sido tomadas de forma monocrática, sem a consulta ao pleno do STF, prática que tem gerado controvérsias. Adriana Ventura, deputada federal do partido Novo, questionou a validade de decisões tão impactantes serem tomadas por um único ministro, destacando a abundância de “confissões, gravações e outras evidências” coletadas durante a Lava Jato.

Uma pesquisa recente da AtlasIntel, mencionada pelo FT, mostrou que seis em cada dez brasileiros discordam da anulação das condenações de Odebrecht, e 52% têm uma imagem negativa de Toffoli. Rubens Glezer, professor de direito da Fundação Getulio Vargas, destacou que essas ações reforçam uma percepção pública de impunidade e corroem a confiança na justiça, potencialmente pavimentando o caminho para o populismo.

Com informações O Antagonista

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