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Tiro errado de Arruda derruba muita gente, inclusive amigos e aliados

Política nunca foi feita para amadores. Quem pensa assim ou não entende de política ou a trata como se fosse um caviar, aquele prato caríssimo que se come vez em quando e estranha

Por Poliglota…

As decisões tomadas ontem na composição da chapa de Ibaneis Rocha (MDB), que concorre à reeleição no Distrito Federal, comprovam isso. Flávia Arruda foi descartada e assumiu em seu lugar a bolsonarista Damares Alves (Republicanos) com a deputada Celina Leão (PP) escolhida para vice-governadora de Ibaneis.

Em um piscar de olhos tudo que já havia sido acertado desde o ano passado caiu por terra em poucas horas.

Acostumado a ser um bom articulador, e o é, o ex-governador José Roberto Arruda não pensou muito nas consequências que poderiam advir de sua ansiedade em ser candidato ao governo do Distrito Federal.

Atropelou toda uma conjectura costurada a bastante tempo e acabou deixando em maus lençóis sua própria esposa, a deputada e ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, Flávia Arruda.

Flávia vinha subindo sistematicamente nas pesquisas de intenções de votos quando no ano passado resolveu declarar apoio ao reelegível Ibaneis Rocha (MDB). Despontava na frente em todas as pesquisas já divulgadas e sua eleição ao senado era praticamente certa, afinal, Ibaneis a carregava ao lado. Flávia cresceu porque estava ao lado do atual governador que hoje conta com mais de 52% das intenções de votos e um governo sob controle.

Mais eis que o Superior Tribunal de Justiça (STJ concedeu à Arruda, condenado por improbidade administrativa, uma LIMINAR onde o colocava em condições de disputar qualquer cargo público em outubro próximo. Foi o suficiente para que correligionários e apoiadores o colocassem na condição de disputar a cadeira número 01 do GDF.

Empolgado, Arruda, apesar de não admitir oficialmente a que cargo poderia concorrer, começou a articular nos bastidores. E aí começaram os tiroteios.

O primeiro a se manifestar foi o senador José Reguffe (União Brasil) que reclamou das investidas de Arruda que, segundo fontes, exigiu que para uma coligação Reguffe teria que ser seu vice-governador. Nas redes sociais o senador soltou o verbo reclamando que “forças políticas” queriam inviabilizar sua candidatura ao governo do DF, sem, no entanto, citar Arruda. Chegou a dizer que se isso acontecesse seria capaz de deixar a política de vez.

Outro que deve ter tido seus planos frustrados foi o ex-deputado e ex-presidente do União Brasil no DF (antigo DEM), Alberto Fraga. Com o PL de Arruda no páreo, Arruda poderia conseguir votos suficientes para levar mais dois deputados federais ao Congresso na sobra de votos, tamanho o potencial eleitoral do ex-governador. Fraga, com certeza, seria um deles, já que o ex-deputado se filiou ao mesmo partido de Jair Bolsonaro, o PL, que também, por coincidência, é o de Arruda e são amigos inseparáveis. O Cenário, ao que tudo indica, se complica muito doravante.

A provável queda política de Flávia Arruda, que inevitavelmente deverá acontecer, provocada pelo próprio marido, ocorre no momento que ela estava muito bem avaliada nas pesquisa ao lado de Ibaneis e ser a senadora da República nas eleições de outubro a ocupar a única vaga existente.

Com o novo cenário ela fica impedida de concorrer para esta vaga a não ser como deputada federal ou sair da vida pública.

A situação de desconforto também atingiu o coração do PL, no Distrito Federal.

Bispo Renato, membro da executiva do partido e ex-administrador de Taguatinga, que se descompatibilizou em maio do cargo para tentar uma vaga na CLDF, disse que a direção da legenda ainda vai se reunir para avaliar a situação.

A maioria dos candidatos que compõe as nominatas do PL, passou pelo governo Ibaneis Rocha e continua com seus prepostos no governo.

O Diário Oficial do Distrito Federal, desta quinta-feira, começou a ser o site mais visitado pelos que “arrudiaram”. A caneta vai continuar metendo tinta.

Vamos ver que bicho vai dar…

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