O Brasil está vivendo um de seus momentos mais delicados. Ao que tudo indica, representantes dos poderes constituídos não estão sabendo interpretar a Constituição Federal e cada um está agindo conforme suas convicções. Já tem gente querendo renovar seu passaporte e ir dar uma passeada lá pelas bandas da “Conchinchina”. Será que lá tem governo paralelo, Executivo, Legislativo e Judiciário?
Pasmem, mas é verdade: Os todos poderosos senadores da CPI da Vergonha querem que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, demita a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Isabel Correia Pinheiro. Alegam os semideuses, liderados pelo “deus da CPI”, Omar Aziz, que a permanência da médica no governo é insustentável.
Estamos mesmo no Brasil? Segundo as redes sociais que não perdoam, muitas dessas “nobres excelências” estão envolvidos em processos (que não se sabe porque não andam no STF) por serem investigados em esquemas corruptíveis já divulgados pela imprensa e conhecido de todo país; agora querem interferir no Executivo exigindo cabeças? Pára o mundo que eu quero descer!
O discurso do poderoso presidente da CPI, devidamente ensaiado, é maravilhoso diante do sangramento claro do governo federal diante da pandemia. “A equipe de médicos não tinha um infectologista. Tinha otorrino, dermatologista, outros profissionais, pregando tratamento precoce. A gente precisando de oxigênio e eles pregando tratamento precoce. Estamos indignados”, afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Essa afirmação acima se refere a falta de oxigênio em Manaus no início do ano. Mas, “indignados? ” Como indignados? Segundo o Relator da CPI da Saúde instaurada na Assembleia Legislativa do Estado, Fausto Júnior, que prestou depoimentos na CPI da Pandemia Federal, ainda existe muita poeira embaixo do Governo do Amazonas, que gastou R$ 1,5 bilhão entre 2011 a 2020, em pagamentos indenizatórios com indícios de corrupção e que afirmou que Omar recebeu propina desviada da saúde, tendo, inclusive, sua mulher sido presa.
De acordo com divulgações na imprensa amazonense que acompanhou as investigações, foram constatadas diversas irregularidades, principalmente durante a pandemia de Covid-19, como o aluguel e contratos do Hospital de Campanha da Nilton Lins, a compra superfaturada dos ventiladores pulmonares pelo Governo do Amazonas em uma loja de vinhos, irregularidades na prestação de serviço na unidade referência para o tratamento de pacientes infectados pelo vírus no Hospital Delphina Aziz, entre outros.
Após o depoimento, Fausto Júnior recorreu as redes sociais para desabafar, já que durante a oitiva esteve o tempo todo ameaçado por Omar Aziz, que com o microfone desligado disparou: “Alguém vai sair daqui preso hoje”. “Meu compromisso é com a verdade, não me intimidarei diante de ameaças, senador Omar Aziz”.
O senador e atual presidente da CPI da Pandemia foi investigado pela Polícia Federal na Operação Maus Caminhos que desviou mais de R$ 200 milhões da saúde pública. Os irmãos e a esposa de Omar, a atual deputada do Amazonas, Nejmi Aziz, foram presos durante uma das fases da investigação.
Com informações d24am.com
