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Randolfe quebra acordo e reajuste das forças de segurança do DF deve ser parcelado em duas vezes

Nem mesmo a palavra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi capaz de manter o reajuste de 18% das forças de segurança do DF. Técnicos do governo ignoraram Lula

Depois de cinco meses de negociação, com altos e baixos e muitas intempéries, o governo federal bateu martelo para que o reajuste de 18% às forças de segurança do DF seja parcelado em duas vezes.

Apesar dos recursos serem estritamente oriundos do Fundo Constitucional do DF, sem nenhum vínculo ou despesa para o governo federal, técnicos do governo, obviamente orientados por líderes do governo, entre eles o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, decidiram que o reajuste será pago em duas parcelas, em julho de 2023 e janeiro de 2024.

O reajuste, proposto pelo governo local de Ibaneis Rocha (PMB-DF), governador do DF, seria de 18% em uma única parcela, já que cálculos efetuados por técnicos do governo do DF estimavam possibilidade de pagamento sem nenhum comprometimento ao FDCF e ao governo federal.

No entanto, uma reunião acontecida hoje entre sindicatos e representantes da bancada federal do DF, ficou acertado que o reajuste seria em duas parcelas de 9%. Uma a ser paga em julho próximo e a outra em janeiro de 2024. A eles só coube aceitarem.

Insatisfação nas tropas

Tanto na Polícia Civil do DF quanto nas casernas da PMDF e do Corpo de Bombeiros do DF, a notícia não foi bem-vinda. Diretores e representantes das categorias não concordaram com a decisão federal. “Não temos que pedir bênçãos a esse governo. “O Fundo Constitucional é nosso e temos o direito legal de utilizarmos aquilo que ele foi proposto. Essa ação do governo federal quebra o pacto federativo e isso é uma coisa muito séria”, disse o presidente de uma associação de militares que pediu o anonimato por receio de retaliações.

Operação Tartaruga II

Nas tropas a recepção não foi muito boa. Nas redes sociais de policiais militares muito se viu a edição e incentivo de uma nova Operação Tartaruga, que em 2014 trouxe ao DF inúmeros problemas e que se instalou no país todo, tirando o DF como modelo.

“Não podemos admitir que o governo federal tome frente de um assunto que é exclusivamente nosso. Não estamos tirando recursos que não sejam nossos e o que buscamos é apenas a valorização das classes que compõe a segurança pública do DF”, disse um representante de uma associação que pediu anonimato.

Na verdade, com a decisão do governo federal, mesmo com o apoio contrário do presidente Lula, o fato em si acaba trazendo preocupações para a nova governança. Lula havia se comprometido em assinar o reajuste de 18% em uma única parcela às forças de segurança do DF, segundo o senador Ialci Lulas (PSDB-DF) tanto é que determinou seu líder de governo, Senador Randolfe Rodrigues (sem partido) a agilizar o processo.

Em contrapartida, Randolfe ficou quieto e nenhuma palha moveu para que a determinação do presidente fosse seguida à risca.

Ações das entidades de classes

As entidades representativas das categorias ficaram de realizar assembleias acatando o acordo proposto na reunião de hoje para efetivar a recomposição.

Estiveram presentes representando, efetivamente, os militares do Distrito Federal o Tenente Coronel Eugênio Presidente da ASOFBM, o Subtenente Freire do Clube dos Bombeiros, o Subtenente Rodrigues da CAP PMDF e o SGT PMDF RR Jabá. Esses participaram efetivamente dos debates de hoje, inclusive com uso da palavra na defesa da recomposição na forma que foi encaminhada pelo Governo do Distrito Federal de dezoito por cento em uma única parcela.

Mas, diante do posicionamento irredutível do Governo Federal, nossos representantes tiveram que ceder e aceitaram a recomposição na forma que ficou estabelecida, ou seja: a recomposição seria nos moldes da proposta que foi encaminha pelo GDF, de dezoito por cento divididos em duas parcelas. Com reajustes diferenciados entre alguns postos e graduações. Com reajustes também diferenciados entre os delegados e agentes de polícia em relação ao pessoal militar para compensarem os descontos de imposto de renda existente entre as categorias militares e a civil.

Da redação

Por Jorge Poliglota…

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