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Quem diria: PT preocupado com pressa de Moraes em prender Bolsonaro

Para quem acha que a esquerda, em especial o PT, está tranquila e torcendo para que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorra logo, está redondamente enganado. O cenário não é tão confortável assim

A pressa de Moraes em encarcerar Bolsonaro tem tirado o sono de dirigentes petistas. Para eles, caso ocorra a prisão, seria um prato cheio para que a direita se organize contra uma possível reeleição de Lula ano que vem. Seria uma brecha muito grande na atual evolução direitista para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, franco favorito para herdar o legado de Bolsonaro, aceite a missão sem se preocupar de correr o risco de ser considerado traidor pelo eleitorado bolsonarista.

Solto é melhor

Para alguns racionais do partido, e pasmem, ainda tem, Bolsonaro solto seria mais útil do que preso. Solto ele poderia influenciar seu eleitorado e partidos apoiadores de que o nome de um familiar, Eduardo ou Michelle Bolsonaro, seriam as indicações naturais. Com isso, as chances de Lula vencer numa disputa seriam maiores já que ainda existem setores da sociedade que rejeitam o sobrenome “Bolsonaro”.

Já outra ala do partido analisa que Bolsonaro preso até outubro ele perderia forças, não teria meios de manter o processo sucessório até o período de 2026 quando se definirá qual será o verdadeiro candidato da direita o que causaria uma verdadeira guerra entre os pré-candidatos postulantes a cargos, inclusive a presidência.

Tarcísio nega candidatura, mas aguarda desfecho

Óbvio que o mais inexperiente na política brasileira sabe que, hoje, o nome de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) desponta como o preferido com chances de desbancar Lula e a esquerda. No entanto, ele nega veementemente, até mesmo por uma questão de fidelidade aquele que o projetou politicamente. As pressões sobre ele, caso Bolsonaro esteja preso, serão enormes, principalmente partindo do setor privado que rejeita Lula.

Além disso, com o caminho livre, Tarcísio teria certamente o apoio do clã Bolsonaro que em troca poderia ter a promessa de que um indulto a Bolsonaro seria imediato após a posse em 2027, o que o colocaria elegível em 2030.

Lula e STF se dão bem, mas nem tanto

O PT afirma que existe uma excelente relação entre Lula, Alexandre de Moraes e a grande maioria dos demais ministros da Suprema Corte, mas que no fundo não estariam confiantes de que ele possa vencer a força da direita em 2026 com Bolsonaro “andando” por aí. Com isso, tirar Bolsonaro do jogo seria uma forma discreta de permitir que a direita construa uma candidatura considerada menos adversa à Corte, também, já que um dos maiores projetos para 2027, caso a direita vença com grande maioria no parlamento, principalmente o Senado Federal, seja promover de imediato o impeachment de Moraes e mais alguns outros ministros.

Tudo no momento são conjecturas. A política muda de posição como as nuvens. Ao eleitor, resta apenas observar, e atento às movimentações.

**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília

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