Eleitores votaram em 19 candidatos, que concorreram a seis vagas no conselho. Entidade vinculada à Secretaria da Família e Juventude visa estimular a interlocução com o poder público
A primeira eleição direta para o Conselho de Juventude do Distrito Federal (Conjuve-DF) registrou a participação de 482 jovens de 16 a 29 anos, neste domingo (29). O efetivo é maior do que o esperado pela Secretaria da Família e Juventude (SEFJ) e evidencia o interesse do público em colaborar com as políticas públicas da capital do país. Os eleitores se inscreveram previamente e escolheram seis conselheiros entre 19 candidatos, que tomarão posse do cargo sem remuneração em agosto.
“Está é a primeira vez na história do Distrito Federal que os membros do Conselho de Juventude são escolhidos por voto direto e facultativo”, celebra o secretário da Família e Juventude, Rodrigo Delmasso. Para ele, a medida impulsiona o protagonismo da faixa etária na formulação de políticas públicas que podem trazer benefícios reais aos jovens, principalmente nos eixos de educação e empregabilidade.
O total de votantes representa 23% do total de inscritos para a eleição – mais que o dobro do esperado pela pasta. “A eleição é facultativa e a nossa expectativa era a participação de 10% do total. Mais de 480 jovens saíram de casa, pegaram o ônibus gratuito e foram até a secretaria para votar, uma mobilização que consideramos excelente”, defende o secretário.
Entre os objetivos do Conjuve-DF, Delmasso destaca a divulgação do Estatuto da Juventude e a aproximação com os cidadãos. Uma das ideias é que os conselheiros participem do projeto Fala Galera, em que a equipe da SEFJ vai às escolas para conversar com os estudantes.
“Ouvimos mais de 3 mil jovens no primeiro semestre em quatro áreas ー esporte, segurança, mobilidade e saúde ー, e queremos que os conselheiros participem também, para que levem as propostas ao Conselho.”
Os seis candidatos com maior número de votos já receberam a boa notícia. O edital estabeleceu a reserva de três vagas para mulheres e três vagas para homens, fixando 20% das vagas para autodeclarados negros. A eleição ocorreu no domingo para que os eleitores pudessem se deslocar ao Plano Piloto com transporte público gratuito, por meio do programa Vai de Graça.
Um dos eleitos foi o cientista político Daniel Kennedy, 24 anos. Nascido em São Paulo, o novo conselheiro, que tem experiência em movimentos e grêmios estudantis, veio para Brasília em 2022 e se encantou pelo Quadradinho. Durante o mandato, ele espera contribuir com o acesso dos jovens ao primeiro emprego e ao esporte, além da divulgação de programas que já existem, como o ID jovem e políticas de permanência educacional. “Todas as políticas públicas que envolvem a juventude são importantes, mas ainda podemos melhorar muitas coisas, e trabalharei duro nisso.”
Por sua vez, a gestora pública Rebeca Paiva, 26, deseja colaborar com iniciativas voltadas à capacitação, combate à violência e incentivo à cultura e ao esporte. Moradora do Gama, ela acredita que o jovem pode ser agente de mudança. “O Conselho é um espaço de representatividade, em que a diversidade de vozes, movimentos e projetos sociais pode ser ouvida”, afirma. “Percebi que o meu propósito é ser a ponte entre o poder público e os jovens que clamam por representatividade. Quero ser um canal de escuta, ação e esperança.”
Instituído pela Lei nº 7.529/2024, o Conselho estimula a participação e interlocução da juventude com o poder público. O mandato para conselheiro tem duração de dois anos, sendo permitida uma única recondução, sem remuneração. Conforme a previsão da pasta, a posse dos eleitos deve ocorrer em 12 de agosto, Dia Internacional da Juventude. A primeira reunião para alinhamento e elaboração de propostas será no dia seguinte, para que o plano de trabalho final seja apresentado em setembro.
Agência Brasília