O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), fez duras críticas ao governo federal, especialmente ao presidente Lula, em relação à ajuda para a reconstrução da cidade após a maior enchente da história, que deixou cerca de 15 mil pessoas desabrigadas. Melo afirmou em entrevista à revista Veja que Lula “não colocou um centavo” nos abrigos da capital.
Como candidato à reeleição nas próximas eleições de outubro, Melo enfrenta a deputada Maria do Rosário (PT), que tem o apoio de Lula. Ele destacou que a crise habitacional em Porto Alegre é a questão mais urgente e criticou a demora na compra de imóveis para aqueles que perderam suas casas.
Melo pediu a colaboração entre os governos federal, estadual e municipal para combater a crise, e criticou a lentidão do governo petista em tomar medidas práticas, como a compra de imóveis para quem perdeu tudo.
“Porto Alegre agora tem cerca de 1.000 imóveis disponíveis, com preços entre 170 e 200 mil reais. Se o presidente Lula realmente se preocupasse com a cidade, ele já teria comprado esses imóveis. Mas, ele não compra nada, não apresenta alternativas e não coloca um centavo nos abrigos”, afirmou Melo.
O prefeito também sugeriu a criação de um voucher para os desabrigados, que ajudaria essas pessoas a alugarem um lugar temporário enquanto o governo federal compra os imóveis prometidos.
“Eu acredito que devemos dividir um salário mínimo entre os três níveis de governo. Estou disposto a contribuir com um terço do valor. O governo estadual disponibilizou 400 reais, mas de forma limitada, e o governo federal não fez nada. Precisamos resolver essa transição, que é tão importante quanto a moradia definitiva”, explicou Melo.
Ele enfatizou ainda a importância de uma ação imediata do governo federal: “Precisamos tratar disso urgentemente, ou o governo espera que essas pessoas vivam nas praças? Não vamos permitir isso e insistimos na participação do governo federal nesse processo de transição, que pode levar até dois anos. Confio na promessa do presidente Lula de fornecer moradia para quem perdeu tudo, mas precisamos de ações concretas agora”, concluiu Sebastião Melo.
Com informações Gazeta do Povo / Veja