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Porquê o silêncio da mídia e do Senado sobre as “Rachadinhas” de Alcolumbre?

Desacreditada nos últimos tempos, a VEJA da semana passada deu um dos maiores furos de sua história ao apurar e denunciar as “Rachadinhas” envolvendo o gabinete do todo poderoso presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre. O que se questiona é o porquê do silêncio da mídia e dos senadores no parlamento, já que o velho ditado reza que “Pau que dá em Chico, também dá em Francisco”

As denúncias mostram como seis “funcionárias” lotadas no gabinete do senador Alcolumbre, que foi presidente do senado de 2019 a 2021, foram utilizadas como laranjas num esquema assombroso que pode ter lesado o erário público em aproximadamente 2 milhões de reais e é semelhante ao que vem sendo acusado a mais de três anos o filho do presidente da república, Flávio Bolsonaro.

As revelações das denunciantes são muito consistentes e declaradas publicamente em vários meios de comunicação.

A Procuradoria-Geral da República tem e deve analisar as suspeitas de rachadinha, assim como o Tribunal de Contas da União (TCU). O problema é que, na prática, todos sabem do corporativismo do parlamento brasileiro e, em especial, do senado federal.

Entenda o caso

As acusações foram publicadas pela revista Veja, que teve acesso a extratos bancários que mostram o histórico de saques das contas bancárias das funcionárias. O dinheiro era retirado de uma só vez no dia do pagamento. O esquema teria funcionado por 5 anos.

A prática, conhecida como “rachadinha”, consiste em desviar salários de funcionários fantasmas nomeados como assessores ou auxiliares. Na prática, ao receber o salário, os funcionários devolvem parte do valor ao congressista. Geralmente, isso ocorre depois de um acordo pré-estabelecido entre as pessoas empregadas, que emprestavam seus nomes e dados, e os responsáveis pela nomeação.

Marina Ramos Brito dos Santos, Erica Almeida Castro, Lilian Alves Pereira Braga, Jessyca Priscylla de Vasconcelos Pires, Larissa Alves Pereira Braga e Adriana Souza de Almeida admitiram ter atuado como funcionárias fantasmas e relatam como funcionava o esquema

Assista:

A nota de Alcolumbre

É prática de políticos e pessoas públicas acusados de corrupção divulgarem suas “notas” desmentindo as acusações, mesmo que nelas tenham elementos consistentes para afirmar o contrário.

Com Alcolumbre não foi diferente e na última sexta-feira ele emitiu uma nota dizendo que vem sofrendo uma campanha difamatória sem precedentes. Há algumas semanas soltou nota à imprensa informando que não aceitaria ser ameaçado, intimidado e tampouco chantageado. Além de repetir firmemente o mesmo posicionamento, ele acrescenta que tem recebido todo tipo de aviso, enviado por pessoas desconhecidas, que dizem ter informações sobre uma orquestração de denúncias mentirosas contra ele.

Afirmou também que foi surpreendido com uma denúncia que aponta supostas contratações de funcionários fantasmas e, até mesmo, o repudiável confisco de salários.

Que nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratou, procurou, sugeriu ou se envolveu nos fatos mencionados, que somente tomou conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem. Que tomará as providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os fatos. E que continuará o mandato sem temor e sem se curvar a ameaças, intimidações, chantagens ou tentativas espúrias de associar o nome dele a qualquer irregularidade.

O senador termina dizendo que a denúncia é “uma orquestração por uma questão política e institucional da CCJ e do Senado Federal”.

O que se espera é que as investigações ocorram com a celeridade e lisura que a sociedade aguarda, já que, mais uma vez, as acusações levam a crer que o bolso do trabalhador honesto está sendo usado espuriamente por aqueles que deveriam zelar e proteger o erário público dando o exemplo.

Da redação com informações Poder 360 graus e G1

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