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PCC executa, em tribunal de rua, integrante que perdeu droga no DF

O desfecho brutal se deu dias depois de a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apreender 10 quilos de maconha que pertenciam à facção

O recado é violento e costuma ser escrito com sangue pela cúpula da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Integrantes da organização que perdem carregamentos de drogas em operações policiais devem quitar a dívida com a “firma”. Do contrário, serão julgados e executados em tribunais de rua. O último assassinato ocorreu em março deste ano, após o martelo do crime ser batido. O desfecho brutal se deu dias depois de a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apreender 10 quilos de maconha.

Enviados de São Paulo para fortalecer as células da facção em outras unidades da Federação, membros batizados se misturam às comunidades carentes em bairros humildes de municípios goianos, no Entorno do DF. Assim foi o caminho percorrido por Elber Silva Santos, o último condenado à morte pelo tribunal do crime. Ele era guardião do carregamento de maconha apreendido por investigadores da Seção de Repressão às Drogas (SRD) da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), em 9 de março deste ano, em Brazlândia.

A maconha estava em poder de uma mulher, companheira de outro faccionado do PCC, identificado como Ocimar Chaves Costa. A suspeita permanece encarcerada e, por esse motivo, o outro integrante da organização foi poupado pela “sintonia” – como são conhecidos os departamentos da facção. A sintonia final é a principal instância e concentra a alta patente criminosa. O grupo é formado por membros de diferentes estados, com o objetivo de analisar tratativas da organização em âmbito nacional.

De acordo com as investigações da PCDF, Elber deixou São Paulo com os 10 quilos de maconha do PCC para fazer dinheiro com o tráfico. Para isso, ele e os comparsas fixaram residência em uma casa na região de Águas Lindas, no Entorno do DF. Quando, porém, o carregamento foi apreendido, ele recebeu o ultimato da facção. “Ele tinha que pagar R$ 1 mil por cada quilo da maconha, ou seja, precisava arcar com R$ 10 mil pela droga que estava consignada”, explicou o delegado adjunto da 1ª DP, Maurício Iacozzilli.

A contar de 9 de abril, quando a droga foi apreendida, o PCC deu prazo de duas semana para que o prejuízo fosse quitado. Desesperado, Elber buscou alternativas, mas não conseguiu juntar o dinheiro necessário para pagar a dívida. Membros da organização criminosa o renderam e o levaram para uma casa abandonada, em Santo Antônio do Descoberto (GO).

Dentro do imóvel, havia apenas quatro cadeiras e um colchão. Os assentos foram ocupados por quatro julgadores da facção que selaram o destino do então companheiro após a decisão de matá-lo ter sido unânime. Elber foi condenado, e a execução ocorreu ali mesmo, no interior do casebre. O primeiro disparo acertou o tórax do ex-faccionado, que ainda conseguiu correr. Os executores o perseguiram e abriram fogo. Foram dezenas de tiros, o que garantiu uma morte rápida.

Investigação

A PCDF ainda busca por Ocimar Chaves, o outro integrante do PCC que morava com Elber. O criminoso está foragido. A companheira dele se encontra presa no sistema penitenciário do DF. Contra Ocimar pesa um mandado de prisão preventiva em aberto, por tráfico de drogas e associação criminosa.

Já a investigação do homicídio de Elber segue sob responsabilidade da Polícia Civil de Goiás. O Metrópoles apurou que ainda não há suspeitos identificados.

Fonte: Metropoles

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