Pego de surpresa, mas tranquilo, com as operações de buscas e apreensões, feitas pela Polícia Federal, na sua residência, no Palácio do Buriti e no seu antigo escritório de advocacia, o governador Ibaneis Rocha (MDB) acredita que isso tem uma fundamental importância para provar sua inocência e o quanto foi enganado por sua assessoria durante as manifestações violentas do último dia 8 de janeiro.
Para alguns juristas, o pedido oficial da PGR (Procuradoria Geral da República e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, abre um precedente muito perigoso. Na opinião do renomado advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay, pode-se até elencar motivação política e abuso de poder onde seus direitos podem ter sido violados.
Em uma manifestação feita na tarde de hoje, o advogado, que foi atuante no processo que reverteu a possibilidade de prisão em segunda instância, culminando mais tarde na liberdade de Lula, afirmou que Ibaneis foi presidente da OAB e era, até a posse no cargo de governador, um advogado militante com intensa atuação.
Recentemente, convocado para participar do grupo Crimes Contra o Estado Democrático de Direito, da equipe de transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Kakay disse acreditar que será necessário reverter o mau uso de práticas jurídicas no Brasil.
“A busca e apreensão atinge por tabela todos os clientes, com a quebra do sigilo sagrado entre advogado e cliente. Esta não é uma questão política, é de respeito aos direitos do advogado, e dos que precisam se socorrer da advocacia. Na verdade, é um atentado a estabilidade democrática. É assim que se instala a arbitrariedade e o abuso contra o estado democrático de direito”, disse o criminalista.
Da redação com informações RadarDF e DFMobilidade