A megaoperação realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou na apreensão de 118 armas de fogo, sendo 91 fuzis — o equivalente a quase 80% do total. Segundo a Polícia Civil, o arsenal confiscado tem valor estimado em R$ 5,4 milhões.
As investigações apontam que parte dessas armas de guerra estava nas mãos de traficantes de outros estados que se refugiaram nas comunidades controladas pela facção Comando Vermelho (CV). Durante a análise do material, agentes identificaram inscrições gravadas nas coronhas dos fuzis, indicando a origem de alguns criminosos.
Em dois armamentos, os policiais encontraram as siglas “CV AM”, que significam Comando Vermelho do Amazonas. Outro fuzil trazia a expressão “tropa de Manaus”, reforçando a hipótese de que traficantes de fora do estado estariam atuando na região.
“Entre os 113 presos na operação há traficantes de outros estados. As inscrições encontradas nas armas são indícios de que uma parte delas era usada por esses bandidos que vieram de fora do Rio”, afirmou o delegado Carlos Oliveira, subsecretário de Planejamento Operacional da Polícia Civil.
Um dos episódios mais tensos da operação ocorreu na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, onde 25 suspeitos se renderam após fazer uma moradora refém. Com o grupo, foram apreendidos 19 fuzis equipados com miras holográficas e lunetas de precisão.
“A luneta serve para aproximar o alvo a grande distância, permitindo que o atirador acerte o tiro a mais de uma centena de metros. Já a mira holográfica coloca na cena do atirador o ponto em que o disparo vai atingir. Ou seja, aumenta ainda mais a precisão do disparo”, explicou Vinicius Cavalcante, presidente do Conselho Empresarial da Associação Comercial do Rio e especialista em armas.
Além dos fuzis, a polícia confiscou 26 pistolas, um revólver e 14 artefatos explosivos, todos em condições de uso imediato.
O armamento, segundo as autoridades, foi utilizado nos confrontos contra os cerca de 2.500 policiais que participaram da ação. Todo o material passará por perícia técnica, e os investigadores agora buscam rastrear a origem das armas e identificar os responsáveis pelo fornecimento ao crime organizado. (Foto: reprodução; Fonte: InfoMoney)





