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Opinião: O povo está satisfeito com o governo que tem?

Já a algum tempo que estamos ouvindo que o povo está satisfeito com o governo que tem. Ontem, na manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro isso se traduziu no baixo número de pessoas em um domingo de sol na praia de Copacabana.

Nem mesmo a convocação direta de Bolsonaro nas redes sociais foi capaz de demover o povo do conforto de seus lares, das cadeiras de praia e guarda-sóis e do comodismo de quem está livre, leve e solto, enquanto centenas de pessoas estão presas injustamente e condenadas a até 17 anos de cadeia por pichar de baton uma estátua em plena praça pública.

Mesmo com o péssimo (des)governo que administra, o PT sai fortalecido nesse embate. O Projeto de Lei que propõe a anistia aos presos do 8 de janeiro perde o status de “garantido aprovação” para dar espaço ao “talvez consigamos”. Isso é complicado.

A presença de 04 governadores (Tarcísio de Freitas-SP, Cláudio Castro-RJ, Jorginho Melo-SC e Mauro Mendes-MT), 09 Senadores e de 52 deputados federais, além de alguns gatos pingados das câmaras estaduais e personalidades, traduz as dificuldades que a direita vai encontrar para aplacar seus projetos e aniquilar Lula e o PT ano que vem. Foi muito fraco, na visão de muitos…

Mas a verdade que a direita não admite ouvir é que o povo se cansou! Baqueado em seu ordenamento jurídico, ameaçado monocraticamente por canetadas, tendo sua Constituição vilipendiada e sua liberdade de expressão seriamente atingida, o povo quer atitudes mais drásticas, mais firmes, mais consistentes. “Palanques em carros de som já não resolvem mais nada, é partir para o tudo ou nada. Queremos ações práticas antes que o país caia completamente num abismo sem fim”, disse uma voz ecoante em plena manifestação.

Bolsonaro sabe disso, mas parece que continua com a tese de jogar dentro das quatro linhas na esperança de que algo sobrenatural possa mudar o jogo. Não vai mudar! Além dos 11 jogadores contra ele, soma-se o JUIZ, o VAR, a torcida organizada adversária e, claro, os secadores de plantão.

Números divergentes de público

Os números de presentes que dedicaram algumas horas de seu domingo de folga e lazer para comparecerem à manifestação divergem totalmente. Bolsonaro trabalhava com a presença de pelo menos 1 milhão de pessoas, semelhante à ocorrida em 7 de setembro de 2022. Nem chegou perto!

De acordo com o Datafolha, baseado em imagens aéreas, apenas cerca de 30 mil pessoas participaram do ato, ou seja, 3% do que Bolsonaro havia previsto. Já a Universidade de São Paulo (USP) e a ONG More in Common calculou um público ainda menor: 18,3 mil pessoas no horário de pico.

Para “Salvar a Pátria”, pelo menos a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), divulgou um número muito mais elevado e afirmou que a manifestação reuniu 400 mil pessoas, porém, não explicou como chegou a essa estimativa. Uma discrepância entre a medição da USP e os números da PM de quase 2.000%. Assim não dá!

Mas uma lição pode ser tirada dessa situação: Se a Direita não mudar a estratégia, fatalmente será derrotada em 2026. A frase “todo o poder emana do povo” está no parágrafo primeiro do artigo 1º da Constituição Federal de 1988 e o Povo não é mais bobo e sabe que se as coisas continuarem como estão, “Picanha com cervejinha” e “Cafezinho com pão de queijo” continuará sendo o cardápio virtual de Lula e sua turma por longos anos, quiçá, décadas!

Alô Direita… será que O povo está satisfeito com o governo que tem?

**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília

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