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Opinião: E a PM heim? Entra eleição e sai eleição e nada muda… a não ser as esperanças

Tem coisas na política que, por mais que sejam claras para alguns, para outros e alguns segmentos, como a Polícia Militar e seus eternos candidatos, não significam nada

E assim as pré-campanhas na Polícia Militar por seus pré-candidatos vão tomando rumos sem rumos. Na linguagem dos grupos de WhatsApp “o mesmo do mesmo”. Histórias e mais histórias se repetindo.

Mas para que possam entender melhor, precisamos voltar no passado e contar uma historinha. Em 2018 criaram um tal “Chapão Militar” com o discurso de que todos os pré-candidatos nele inseridos, no mesmo partido e na mesma coligação, como era na época, conseguiriam eleger pelo menos dois representantes.

Vieram as eleições e apenas João Hermeto, hoje no MDB, mas que na época disputou as eleições pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS), conseguiu se eleger e isso porque foi isolado pelo grupo Chapão, já que fazia um excelente trabalho junto ao eleitorado militar e agregava votos.

Agora, com discurso semelhante, mas com algumas caras diferentes, a mesma prática vem tentando ser inserida na mente dos milhares de policiais, bombeiros e familiares de olho na polpuda quantidade de votos que a classe é capaz de arrebanhar. Óbvio que muitos observaram um detalhe desapercebido em campanhas anteriores que era o não investimento nos Veteranos e Pensionistas, sempre esquecidos em detrimento dos policiais da ativa, preocupados com promoções, cursos, reduções de imposto de renda e Serviços Voluntários.

Apoio a Eliana Pedrosa

Deputado Distrital Eduardo Pedrosa, eleito em 2018 com o apoio de votos de policiais militares

O grupo denominado Chapão, em 2018, apoiou a candidata ao governo do DF, Eliana Pedrosa (PROS). Um vídeo (Abaixo) dela com parte dos pré-candidatos rodou a internet e os grupos de policiais na época. Boa parte do eleitorado da corporação não concordava em se alinhar com o PROS alegando que o partido tinha “tendências socialistas”. Eliana, que chegou a ocupar a liderança nas pesquisas, terminou em 5º lugar na corrida com apenas 105.579 votos (6,99% de intenções de votos). De quebra, nenhum pré-candidato foi eleito e ainda ajudaram a eleger o hoje deputado distrital Eduardo Pedrosa, sobrinho de Eliana.

Deputados Federais inertes

Dos oito deputados federais que compõe a atual bancada federal do DF na Câmara dos Deputados, nenhum deles se preocupou em interferir diretamente nos processos de interesses das corporações militares, com exceção de Luís Miranda que “citou” a PM em algumas oportunidades, mas que puxou a sardinha, notadamente, para a Polícia Civil e sem sucesso, e deu uma banana para Brasília, declarando que iria disputar as eleições pelo Estado de São Paulo; e muito discretamente a deputada Flávia Arruda (PL), também eleita com a ajuda de votos dos militares e que ficou conhecida pelo seu discurso como “a madrinha dos Policiais e Bombeiros”. De fato, Flávia sempre se empenhou a ajudar as demandas dos militares no Congresso, verdade seja dita.

Mas a madrinha foi ser ministra. Construiu com muita competência seu nicho eleitoral pelos bons serviços prestados quando Ministra Chefe da Secretaria Geral de Bolsonaro e pelo peso do nome Arruda. Seu suplente, Laerte Bessa (PL) entrou e se preocupou somente com sua categoria, a Polícia Civil. Novamente as categorias ficaram órfãs de representação na Câmara Federal.

História se repetindo

Pois bem, pois não é que agora, como em 2018, eis que está surgindo uma nova madrinha para a corporação adotada pelo “Novo Chapão”! Sim, é isso mesmo! A deputada Paula Belmonte (Cidadania) recebeu a declaração de apoio de pré-candidatos da PM (vídeo abaixo), que se dizem ligados à Frente Bolsonarista no DF (o PSDB é oposição e logicamente o Cidadania também), em sua empreitada de concorrer ao Palácio do Buriti. Seria Paula a nova madrinha da corporação? Imediatamente nas redes sociais de policiais a resposta veio à jato: “Já vimos essa história antes! Será que os “puliças” vão cair de novo na mesma ladainha?”, dizia um dos comentários.

Belmonte X Izalci Lucas

A situação da deputada Paula Belmonte dentro da federação que compõe os partidos PSDB e Cidadania não anda nada bem. A briga interna para quem seja o candidato ao Governo do Distrito Federal anda pegando fogo. Paula tenta de toda forma atropelar o senador Izalci Lucas (PSDB) e sair candidata ao governo, porém o PSDB e o Cidadania já discutiram que a majoritária será encabeçada pelo senador Tucano no DF, que conta com a maioria dos votos da federação para ocupar a vaga. Não existem dois candidatos da mesma federação em chapas majoritárias diferentes. Estaria Paula blefando?

Tentando se promover para federal

Sabendo da desorganização dentro da corporação quando o assunto é a escolha de um representante, Paula Belmonte aceitou de bom grado o apoio, gravando o vídeo ao lado do marido, Felipe Belmonte que, por coincidência, é suplente de Izalci Lucas no senado, prometendo fazer, caso eleita, tudo que não fez pela PMDF durante seu mandato na Câmara dos Deputados. De novo a mesma história…

Os mais entendidos e interessados dentro da corporação e que gostam de acompanhar a política não caíram nessa. Sabem que esse pode ser um discurso preparado de quem, lá na frente, terá que, obrigatoriamente, colocar sua viola no saco e virar sua metralhadora para a reeleição a uma cadeira federal.

Fraga X Arruda

Assim que se declarou pré-candidato ao Governo do Distrito Federal, o ex-governador Arruda deu esperanças a corporação e, em especial, ao ex-deputado federal Alberto Fraga, amigo de décadas, já que se abria ali uma oportunidade enorme de Fraga retornar à Câmara Federal embalado pelos votos de Arruda.

No entanto, Arruda desistiu de sua candidatura ao GDF para apoiar o atual governador Ibaneis Rocha à reeleição e sua esposa, Flávia Arruda ao senado. Decidiu, então, anunciar sua pré-candidatura a uma cadeira na Câmara Federal.

Foi o suficiente para que Fraga fosse às redes sociais, também através de vídeo, demonstrar seu descontentamento e decepção com Arruda. É como se sentisse traído pelo amigo.

Depois de perder o embate pelo comando do União Brasil no DF, fruto da junção do PSL com o DEM cujo presidente do PSL era Manoel Arruda, Fraga deixou o partido e buscou apoio se filiando no PL de Bolsonaro, o qual também havia brigado a algum tempo e depois feito as pazes.

Porém, com as mudanças de planos de Arruda, o receio de Fraga é que sua candidatura sofra ameaças. Fraga tem um bom nicho eleitoral, porém não resta a menor dúvida do potencial de votos do ex-governador e o fato de ambos estarem concorrendo a mesma vaga e no mesmo partido. Arruda irá tirar votos de Fraga, sem sombra de dúvidas. E um detalhe que não pode passar desapercebido: Tanto Fraga como Arruda gozam de uma simpatia dentro das corporações PMs e BMs, mas ninguém pode votar em dois candidatos.

É minha gente, pelo visto e até as convenções que se encerram no próximo dia 5 de agosto, muita água ainda deve passar por baixo de pontes e mais pontes.

Quem viver, verá!

Por Jorge Poliglota…

EM TEMPO: Em época de Suprema Corte estar cerceando a Liberdade de Expressão, vale lembrar que a Constituição de 1988 ainda está em vigor:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

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