Ele lamenta a missão abortada, infelizmente, devido à crise financeira, após sete anos de forte atuação no jornalismo sério e comprometido com a verdade
Por Maurício Nogueira
Idealizador do extinto Portal/Jornal Toda Hora Web, o jornalista, ex-empresário do setor de comunicação Nilton Magalhães falou ao Portal O Dia DF, sobre o desafio que foi manter a RBM – Rede Brasil de Mídias, empresa com quase 13 anos no mercado de mídias e comunicação na Capital Federal.
Em meio a desafios que tiveram que ser superados, Magalhães lembrou de algumas passagens de sua trajetória como a aposta bem-sucedida em publicação impressa aliada à digital.
Confira, abaixo, o pingue-pongue jogo rápido com o profissional multimídia.
Como foi sua experiência no mundo da comunicação digital e impressa?
N.M.: Realmente foi uma experiência que eu nem imaginava que teria um dia na vida, pois não passava pela minha cabeça tornar-me um empresário do setor de comunicação, e muito menos em Brasília-DF, no centro do poder. A ideia de fazer um novo veículo surgiu repentinamente após minha passagem pelo famoso portal www.fatoonline.com.br de Brasília-DF. Portanto, sem ao menos um planejamento, o portal todahoraweb nasceu em Novo Gama-GO e era praticamente um blog, era o que tínhamos naquele momento dentro das condições reais. E o projeto do impresso também foi criado por mim. Em menos de 30 horas, eu tinha que criar algo diferente dos outros, então uni o útil ao necessário, jornal sério, mas com estilo popular, com letras garrafais, mas com um layout moderno e atrativo, foi o que fez um grande diferencial, sem contar com o valor de venda nas bancas por apenas R$ 0,75, o que mostrou grande aceitação nas bancas e pontos de Brasília e no Entorno do DF. Em seguida baixamos o valor para a bagatela de R$ 0,50, aí foi que vimos o jornal Toda Hora se tornar um sucesso e esgotar nas bancas. Tive a ideia inédita de dar o valor de cada exemplar vendido 100% para as bancas, ou ponto de distribuição e assim o jornal circulava por si só. Moral da história: Não precisamos gastar com logística de distribuição. Xeque-mate!
Quais os principais gargalos enfrentados ao longo de sua atuação no mundo digital?
N.M.: Então, tínhamos que divulgar o on-line de qualquer forma, pois não havia verba para uma campanha publicitária em TV ou nas outras mídias. A saída foi usar o impresso e levar o nome do portal numa breve campanha. Foi aí que o telefone tocou, e as agências entraram em contato por e-mail e pelas redes sociais. Posso afirmar que não nos preocupou a questão de concorrência, pois eu já sabia do sucesso do projeto impresso e on-line. E o mercado se abre dependendo da forma de como se inserir nele, consegue-se seu espaço e público sem prejudicar os outros veículos com uma concorrência desleal.
Na sua visão, o setor de comunicação digital está em crescimento ou o impresso ainda tem espaço no mercado? Por quê?
N.M.: Sim! Com certeza o mercado está em crescimento no mundo todo. Isso é fato irrelevante e não há o que se discutir. Mas afirmo que mesmo que seja um veículo, portal de notícias com layout moderno e não tiver um bom conteúdo diversificado, um bom comercial, mesmo com uma equipe de peso, é dar um tiro no pé. O digital está mudando a cada dia. Se não buscar novas opções e não somente bônus para os leitores internautas será um fracasso total. Tem que ter novidades a cada dia, inovar. A dica que dou é interagir com o leitor internauta, e tentar, de alguma forma, ser livre se tratando da questão editorial, sem amarras, sem partido, principalmente, certo que sabemos que isso é difícil num mercado que está ficando cada vez mais obsoleto, que é o dos meios de comunicação. Já sobre o impresso existe um “mito” que o impresso acabou, e vai acabar para sempre, todos nós sabemos que o brasileiro não tem a cultura de ler, e nessa nova geração é mais difícil ainda pois tudo está no Google. No meu tempo era o impresso, rádio e TV. O impresso ainda tem muita força, muitos jornais estão mudando no Brasil, ainda é um processo lento, mas estão se adequando à nova forma de informação, apesar de muitos jornais ainda estarem estagnados, layout antigo, muito texto e sem novidades nas editorias. Vale lembrar que o impresso é um “documento” fisicamente.
A publicidade acompanhou a evolução das mídias digitais. O que falta para maior crescimento da publicidade no mercado hoje?
N.M.: Claro. A publicidade no Brasil tem evoluído, sem sombra de dúvida, no formato digital e outras plataformas, mas precisa de mudar muitas coisas, oferecer mais opções além de descontos, bônus, promoções e sair do óbvio. Fiz um curso de três meses da META Google, em 2022, promovido pela ANER e o ICFJ, cujo programa possui conteúdo extraordinário. Mostrou para os participantes o que tem mudado lá fora, somente publicidade não dá mais receita, tem que haver algo novo para oferecer e agregar.
O que o Nilton Magalhães pretende fazer daqui para frente?
N.M.: Eu fiz muita coisa que sempre tive vontade nestes meus 46 anos de vida. Mas tenho coisas novas para desvendar e aprender. Algo novo para dominar, uma profissão que está em ascensão no Brasil, mas todos saberão no momento certo.