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“Não vai ter Boulos”: Recado do Ex-ministro de Dilma, Aldo Rebelo ao candidato a prefeitura de São Paulo

Em 2014, ano em que o Brasil foi o responsável pela realização da Copa do Mundo do mesmo ano, o hoje secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo sob a administração de Ricardo Nunes (MDB), Aldo Rebelo (MDB-SP), então ministro dos Esportes de Dilma, utilizou suas redes sociais para criticar o candidato a prefeito pelo PSOL, Guilherme Boulos.

Relembrou Aldo, à época no PC do B, que em 2014 Boulos foi o organizador e responsável pela deflagração de um movimento intitulado “Não vai ter Copa”, onde diversas ações estavam planejadas para serem executadas, inclusive o fechamento do metrô, com o objetivo de desmoralizar o país, e em especial São Paulo, que faria a abertura da Copa do Mundo.

O ex-ministro afirmou em alto e bom tom que Boulos não tem “responsabilidade” nem “maturidade” para gestar uma metrópole do tamanho de São Paulo. O desabafo se deu após Boulos divulgar uma Carta de Intenções ao povo de São Paulo. (Abaixo)

Leia a íntegra da carta ao povo de São Paulo

Venho aqui, de coração aberto, para falar com vocês. Eu nasci, cresci e formei minha família na nossa cidade. Tive a oportunidade de viver os dois lados da ponte. O que sempre me moveu, desde menino, quando fui atuar junto com as pessoas sem-teto, foi o sentimento de indignação com as injustiças e a convicção de que é possível vermos uma sociedade melhor. Como pode uma cidade tão rica ter gente com fome? Como pode ter tanta gente nas ruas? Como pode termos bairros com a qualidade de vida da Suécia e outros, com a dos países mais pobres do mundo? Essas indignações são minhas, dos que caminham ao meu lado e, tenho certeza, também são suas.

Ter uma cidade mais humana, em que a solidariedade não seja destruída pela indiferença, é o que eu acredito e quero fazer. Sei que muitos de vocês compartilham desse sonho, mas têm dúvidas e receios. Muitos ficam assustados com a minha trajetória no movimento social. Outros se questionam sobre se conseguiremos dar conta ou se vamos dialogar com quem tem visões diferentes. E, por isso, ficam receosos de apostar na mudança que representamos, mesmo sabendo que a cidade não está boa. Peço aqui um voto de confiança a vocês. Eu me preparei para governar nossa cidade: estudei áreas da administração e da conta solução. Chamei a Marta, com sua experiência administrativa, para caminhar ao meu lado e juntos especialistas de gestões que passaram por governos de diferentes partidos. Nosso governo será de diálogo e construção conjunta, sem amarras a qualquer tipo de sectarismo.

Reconheço também que, pelo nosso propósito de olhar sempre para os invisíveis, muitas vezes nós da esquerda deixamos de falar com tanta gente que também batalha, sofre o dia-a-dia das perdas e lutas, e que nosso discurso não foi dirigido de maneira geral. A periferia mudou. Você, mulher, que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso. Você, jovem, que concluiu um curso e foi trabalhar para sair sem nenhuma proteção, sabe disso. Você que pega um carro e dirige a cidade toda como motorista de aplicativo sabe disso. Muitas vezes nós deixamos de falar com vocês.

Eu quero aqui assumir um compromisso com cada um de vocês: a Prefeitura de São Paulo vai reconhecer o seu esforço e te oferecer oportunidades, não só para aparecer no próximo comercial, mas para dar um salário decente, um emprego decente e para cobrir boleto. Isso não é apenas uma promessa de campanha. É um compromisso de futuro.

Sei que boa parte de vocês está descrente da política, perdeu a esperança por achar que são todos iguais. E quando a gente vê quem aparece só de quatro em quatro anos, repetindo o que o marqueteiro falou, eu te entendo. É difícil diferenciar quem está de verdade do seu lado dos que querem te enganar. O compromisso que eu assumo com vocês não é apenas de fazer melhor, é de fazer diferente. Eu vou fazer meu Gabinete na Rua, indo todos os dias escutar você no seu bairro e construir junto as soluções. Vou fazer valer a participação como forma de governo, porque acredito que uma política feita desse jeito, sem portas fechadas, pode renovar a esperança de muita gente. Por isso, faço aqui um pedido mais a vocês: não desistam da mudança. Desistir dela é desistir do futuro, é deixar entregue a nossa esperança para os que virão.

Nesta eleição, São Paulo tem um risco e uma oportunidade.

O risco é deixar um prefeito fraco e omisso levar nossa cidade ao caos. Quando o governo é fraco, os verdadeiros vilões tomam conta. Foi assim que o pior da nossa política se apoderou do orçamento de São Paulo, do nosso dinheiro, com esquemas que todos nós estamos vendo na imprensa. Foi assim que o crime organizado se infiltrou no transporte público e em cargos do alto escalão da Prefeitura. Já vimos isso em outras cidades do país. E não acaba bem.

Mas esse não é o único caminho. Nós podemos, com coragem e responsabilidade, afastar esse risco de São Paulo e aproveitar a oportunidade de termos o maior orçamento da nossa história para enfrentar as desigualdades que vêm de longe. Para olhar as grandes metrópoles do mundo e tirar as melhores soluções em inovação, eficiência e sustentabilidade. Para termos, pela primeira vez, uma política que entende a potência e a beleza do que quer empreender. Um governo que vai levar a escuta e a participação da sociedade ao limite.

Eu jamais desistirei desse caminho. Fomos tão atacados nesta eleição exatamente por manter a coerência e os princípios que nos trouxeram até aqui. E acredito que é possível ganhar essa eleição dialogando olho no olho com as pessoas. Defendendo que os sem-teto tenham casa, que os invisíveis tenham voz, que todos os trabalhadores tenham oportunidades. Que as periferias vençam o racismo e o machismo, e não o preconceito e a violência. É isso que nos move. E peço a todos que se movem pelos mesmos valores que saiam às ruas para virar votos nessa reta final. A verdade pode, sim, vencer. A esperança pode, sim, virar convencimento.

Pensem e reflitam com suas famílias. A hora é agora. Por tudo isso, peço o seu voto no próximo domingo no 50!

Guilherme Boulos
Candidato a prefeito de São Paulo
São Paulo, 21 de outubro de 2024

E em um vídeo de Aldo, ele manda um duro recado ao candidato: “NÃO VAI TER BOULOS”

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