O escândalo foi revelado pelo Metrópoles em abril deste ano. Após a reportagem, o comandante da PMDF, Julian Pontes, foi exonerado
A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) instaurou Inquérito Civil Público para investigar irregularidades envolvendo a aplicação da vacina contra a Covid-19 em coronéis da Polícia Militar do DF (PMDF). A portaria foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (3/8).
São alvos da investigação o ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF e coronel da reserva Julian Rocha Pontes (foto em destaque), o ex-subcomandante-geral e coronel da reserva Cláudio Fernando Condi e o tenente-coronel da ativa Clóvis Eduardo Condi. A suspeita de fura-fila da vacinação foi divulgada, com exclusividade, pelo Metrópoles, em abril deste ano.
Horas após a reportagem revelar a vacinação de oficiais antes de policiais da linha de frente, o coronel Julian Rocha Pontes acabou exonerado do cargo. A demissão foi publicada na tarde de 2 de abril, em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF).
A saída do coronel Pontes já era esperada, em função da troca no comando da Secretaria de Segurança Pública do DF, mas acabou acelerada depois da revelação da vacinação dele e de outros comandantes – que gerou manifestações de repúdio na Câmara Legislativa (CLDF) e dentro da própria corporação.
Portaria do MPDFT
Integrantes de alta patente da PMDF — incluindo o comandante-geral — receberam a vacina contra a Covid-19 antes que, pelo menos, 8 mil praças da corporação pudessem ser imunizados. Esses oficiais aproveitaram uma mudançanas regras de utilização das doses remanescentes de vacinas, chamadas de “xepa”, para ter prioridade na campanha de imunização.
Na tarde de 31 de março, por exemplo, o coronel Julian Rocha Pontes, 47 anos, tomou uma dose da vacina na UBS 1 da Asa Sul.
Sobre a vacinação do comandante e de outros oficiais, leia, na íntegra, o que disse a PMDF na ocasião:
“A Polícia Militar informa que não só o comandante-geral, como outros policiais militares, respaldados na Circular 67 da Secretaria de Saúde, estão sendo vacinados com as doses remanescentes. Importante registrar que a vacinação ocorre após as 17h, com total observância dos critérios e normas inerentes à situação. Ademais, cabe registrar que, dentre os policiais militares que se vacinaram, o comandante-geral era um dos mais velhos. Por fim, registra-se que quaisquer dúvidas poderão ser sanadas junto à Subsecretária de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Saúde.”
Fonte: Metropoles