Não pegou nada bem o acordo do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de garantir ao deputado Psolista Glauber Braga 60 dias de prazo para pautar o processo de cassação do parlamentar
O presidente da Câmara disse em seu perfil no X: “Em diálogo com a deputada Samia Bomfim (PSOL/SP) e o líder do PT, Lindberg Farias (RJ), avançamos para o fim da greve de fome do deputado Glauber Braga (PSOL/RJ). Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara deu parecer favorável à cassação do deputado sob a acusação dele ter expulsado um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) da Câmara aos gritos, empurrões e chutá-lo do lado de fora do prédio, em 16 de abril de 2024, tudo devidamente gravado. Veja o vídeo:
Após o parecer do Conselho de Ética, Glauber Braga iniciou uma greve de fome sensacionalista com o objetivo de comover os colegas parlamentares a reverterem o caso quando da apresentação do processo em plenário.
Mas ele não aguentou e hoje, após o “acordo” com Hugo Motta, suspendeu a greve de fome.
Para analistas políticos ouvidos e alguns parlamentares que pediram anonimato, dificilmente Glauber escapará da cassação. “É um deputado problemático, desrespeitoso (agrediu seu colega de parlamento Kim Kataguiri do União-SP) e arrogante, só está colhendo o que plantou durante todo tempo dentro do parlamento. Não fará falta!”, disse um parlamentar.
Glauber ganha fôlego, mas não se sabe ainda qual a estratégia que será utilizada por ele para convencer seus colegas a livrá-lo da cassação.
Os 60 dias dirão…ou não.
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília
Foto: Reprodução “X” e vídeo Itatiai a Youtube