Capitão da PMGO foi preso em flagrante no domingo (1º/8), em Rio Verde (GO), por combinar encontro para estuprar garoto de 12 anos
Goiânia – O capitão da Polícia Militar de Goiás (PMGO) preso nesse domingo (1º/8) em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, por tentar seduzir e marcar encontro com finalidades sexuais com um adolescente de apenas 12 anos de idade, chegou a convidá-lo, em troca de mensagens, para ir a um motel.
“Queria sair com você uma hora dessas, se você tiver coragem”, diz ele em uma das mensagens. Em outra, o policial pergunta para o primo do adolescente: “Vocês já foram num motel alguma vez?”. Diante da resposta de que nunca tinham ido, ele responde: “Vocês vão gostar”.
O capitão tem 59 anos e é subcomandante da Colégio Militar de Rio Verde – Colégio Carlos Cunha Filho. Ele foi preso em flagrante, no domingo, após combinar o encontro com o garoto de 12 anos, sem saber que estava conversando, na verdade, com o pai do garoto.
O responsável descobriu a troca de mensagens e começou a monitorar para tentar identificar quem era o abusador e auxiliar a polícia na prisão do suspeito.
Veja trechos das mensagens trocadas:
Troca de mensagens entre o capitão da Polícia Militar de Goiás, preso em Rio Verde, e adolescentes Reprodução
Troca de mensagens entre o capitão da Polícia Militar de Goiás, preso em Rio Verde, e adolescentes Reprodução
Troca de mensagens entre o capitão da Polícia Militar de Goiás, preso em Rio Verde, e adolescentes Reprodução
Encontro marcado em posto de gasolina
O policial combinou o encontro com o menor em um posto de gasolina de Rio Verde, na noite desse domingo. O pai e o garoto foram até o local, com tudo já combinado para conseguirem descobrir a identidade do pedófilo. “Posso ir pra gente dar uns amassos? A gente fica só uns 20 minutos”, escreveu o capitão.
No posto, o adolescente caminhou até o carro do policial, conforme o planejado, chegou a entrar e se sentar no banco da frente. Na mesma hora, com as portas destravadas, o pai do garoto também entrou no veículo e se sentou no banco de trás. Ele agarrou o PM por trás e o segurou até a chegada da polícia.
“Eu não sabia que ele era um policial militar. Nem imaginava”, afirma o pai.
A descoberta aconteceu dentro do carro. O capitão informou que era um policial, mas o pai do menor desconfiou, pois ele estava descaracterizado, sem farda. Assim que os policiais civis chegaram, a informação foi confirmada. Trata-se de um PM conhecido na cidade, evangélico e famoso pela rigidez no colégio militar.
Afastado da função
Preso em flagrante por aliciamento de menor e investigado, agora por tentativa de estupro de vulnerável, o capitão foi afastado da função e transferido para o Presídio Militar, em Goiânia.
Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (2/8), a PMGO informou o afastamento imediato e o retorno dele à reserva da tropa. Um Procedimento Administrativo Disciplinar foi instaurado para apurar o caso.
“A Polícia Militar de Goiás reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros e que o caso será apurado com o rigor devido”, diz o texto da nota.
Abordagem no clube
Tudo começou em novembro do ano passado, quando a família do menor foi a um clube da cidade e o policial também estava no local. Segundo a mãe do garoto, que conversou com o Metrópoles, o capitão teria se aproximado do adolescente dentro da piscina e passado a mão nas partes íntimas dele.
Ela conta que só tomou conhecimento disso, no dia, quando já estava em casa. Na hora ela diz que achou estranha a aproximação do homem em relação ao filho e gritou para que o garoto saísse da piscina. O menor, no entanto, ficou com vergonha de contar o que havia ocorrido e só disse depois de pressionado em casa.
No último sábado (31/7), o adolescente e um primo de 18 anos retornaram ao clube e lá estava, novamente, o policial. Sem pais por perto, o assédio ocorreu mais uma vez, e o capitão passou o número de telefone para o primo do menor. A intenção dele, de acordo com a mãe, era se aproximar do mais novo.
Com o número em mãos, a mãe e o pai começaram a conversar com o policial pelo WhatsApp como se eles fossem o sobrinho e o filho. “Desde o ocorrido, em novembro, eu combinei com eles que, se acontecesse mais uma vez, era para pegar o telefone. Na obsessão dele de ter algum contato com o meu filho, ele falou tantas bobagens, marcou o encontro e foi mais rápido do que a gente imaginava”, diz a mãe.
Fonte: Metropoles