Milhares de policiais e bombeiros militares se reúnem no Clube dos Bombeiros e exigem uma definição do Governo Lula sobre o reajuste salarial das forças de segurança do DF
Proibidos pela Constituição de fazerem greve, policiais e bombeiros militares que compõe as forças de segurança do DF se reuniram ontem à noite (8) no Clube dos Bombeiros para demonstrarem união e cobrarem do governo federal o encaminhamento do pedido de reajuste das categorias ao Congresso Nacional
Desde fevereiro que essa celeuma se arrasta, após o governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) encaminhar o pedido de reajuste ao Governo Federal. Tanto a PM e os Bombeiros, assim como a Polícia Civil serão beneficiados com um reajuste que chega próximo aos 37% dividido em duas parcelas, uma proposta para Setembro de 2025 e a outra parcela para abril de 2026.
No entanto, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), por orientação do governo Lula, realizou inúmeras reuniões e apresentou uma proposta aquém dos estudos que foram apresentados, cerca de 18% e posteriormente melhorada para 24%, o que foi rechaçado pelas categorias. Importante salientar que todos os estudos e planilhas apresentadas foram baseadas nos recursos disponíveis no Fundo Constitucional do DF, que é o meio responsável para manter e administrar os salários das forças de segurança do DF, sem nenhum ônus para o governo federal.
O encontro, convocado pelo deputado distrital Hermeto (MDB) e pelo deputado Roosevelt (PL), foi marcado pela demonstração de unidade entre as corporações, que reivindicam isonomia no reajuste. Além dos parlamentares e dos militares, associações representativas dos militares também estiveram presentes, reforçando o peso da mobilização.
Durante a reunião, os parlamentares ressaltaram que a pauta da recomposição é uma das mais urgentes para a categoria, que enfrenta defasagem nos salários em relação a outras forças de segurança. O ato contou com forte adesão, comparecendo milhares de policiais e bombeiros.
“Esse momento é histórico porque mostra que estamos juntos na luta por dignidade. Policiais e bombeiros, lado a lado, demonstram que a causa é uma só”, declarou Hermeto.
Roosevelt reforçou a necessidade de união entre as corporações: “A valorização dos militares do Distrito Federal passa pela recomposição justa e necessária. Estamos aqui para ser a voz dessa categoria no parlamento”.
Entre os presentes, o sentimento de união foi repetido em diversas falas. Um militar que participou do ato resumiu o clima: “Nós mostramos hoje que não existe divisão entre polícia e bombeiro. A luta é pela isonomia e pela valorização de todos que arriscam suas vidas diariamente”.
A forte presença dos militares também foi um claro recado ao Governo Federal, já que a remuneração das forças de segurança do DF depende de repasses da União e esses já estão em caixa pronto para serem utilizados sem comprometimento de outros recursos.
Para os organizadores do evento, Hermeto e Roosevelt, as tratativas deverão continuar e novas reuniões devem acontecer até que se resolva definitivamente o imbróglio. “Essa união que vimos hoje precisa se manter. É a nossa força que vai garantir que sejamos ouvidos”, reforçou Hermeto ao encerrar o encontro.
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília