A pressão popular e também da oposição ao governo Lula sobre a cabeça do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, se concretizou agora a tarde com o pedido de demissão dele. O escândalo foi pesado demais para o governo Lula
A permanência de Lupi só era defendida pela ministra chefe da Secretaria de Relações Institucionais e ex-presidente do PT, Gleisi Hoffmann e algumas alas petistas que apoiam o governo Lula da Silva.
“Não tem nada contra o Lupi no inquérito de 1.900 páginas, não tem nada que o envolva. O presidente sempre é muito cauteloso em relação à presunção de inocência, então se não há nada que o envolve, não tem motivo para ser afastado”, afirmou Gleisi numa entrevista à GloboNews.
Lupi, que também é presidente licenciado do PDT, ocupava o cargo de ministro da Previdência desde o início do governo, há dois anos e quatro meses, cuja pasta tem o INSS em sua estrutura, principal motivo da demissão após a divulgação pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da República (CGU).de um rombo nas contas dos aposentados e pensionistas na ordem de mais de 6,3 bilhões de reais, protagonizado por associações e sindicatos, muitos deles de fachadas, conforme divulgado pelos órgãos investigadores.
Lupi é político influente no PDT e aliado histórico de governos petistas. Ele já havia sido ministro e também foi demitido no governo Dilma Rousseff, na esteira de denúncias de corrupção (relembre aqui).
O novo ministro será o ex-deputado e número 2 de Lupi, Wolney Queiroz.
Para a oposição, o pedido de demissão não muda em nada os rumos da instalação da CPI do INSS que foi protocolada nesta semana. “Vamos continuar firme nas cobranças ao presidente da Câmara Hugo Motta para a instalação da CPI. A saída do Lupi até nos facilita nos rumos que devem tomar as investigações”, disse uma fonte conservadora que pediu para não ser identificado.
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília