A desculpa do petista foi a de que não poderia estar em dois lugares distintos, como desejava, um em São Paulo e outro em São Bernardo do Campo, logística essa que seria desgastante
Mas na verdade, fontes internas ligadas ao PT comentam, Lula e sua assessoria temem que aconteça o mesmo que aconteceu no ano passado quando ele discursou em um palco onde embaixo estava praticamente vazio.
O evento do fiasco aconteceu no estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo e custou um “pito” ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que segundo Lula a manifestação foi mal convocada. O Grupo de pesquisa da USP, aquele mesmo que costuma esvaziar os movimentos de Bolsonaro e da Direita, estimou que apenas 1.635 pessoas participaram do ato ‘morno’ do 1º de maio com Lula. Os pesquisadores contabilizaram o público presente com auxílio de um software, no momento de pico de comparecimento, às 13h46, cinco minutos antes do início do discurso do presidente.
ROMBO NO INSS E APOSENTADOS
Outro fator que, provavelmente, pesou na decisão do presidente foi o escândalo estourado essa semana envolvendo os roubos nas contas dos aposentados do INSS por parte de Sindicatos, um dos quais seu irmão Frei Chico figura como vice-presidente do (Sindnapi) Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, e que causaram um prejuízo de 6,3 bilhões de reais.
Todos os anos as centrais sindicais da capital paulista organizam esse evento. Pela primeira vez desde que assumiu o governo Lula 3, o presidente não irá participar das celebrações do Dia do Trabalhador.
O ato de 2024 não foi marcado apenas pela baixa adesão popular. Ainda durante o discurso, Lula aproveitou para pedir votos para o deputado federal e então candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol).
Depois do evento, Lula foi acusado de cometer ilícito eleitoral. Políticos de oposição alegaram que o petista fez campanha antecipada naquele 1º de Maio. A propaganda eleitoral foi permitida somente depois do dia 16 de agosto.
Complicado né?
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília
