Integrantes do PT acreditam que presidente da República pode repetir movimento em prol de Dilma Rousseff durante seu segundo mandato
O presidente Lula está em busca de um novo poste. Pelo menos é o que integrantes do PT com trânsito junto ao chefe de Poder Executivo passaram a garantir após as nomeações tanto de Alexandre Padilha, para o Ministério da Saúde, quanto de Gleisi Hoffmann, para a Secretaria de Relações Institucionais na segunda-feira última.
Aliados do presidente da República afirmaram a O Antagonista que o petista vem dando sinais de que pode, de fato, ficar de fora das eleições de 2026. Isso, no entanto, depende de duas circunstâncias.
A primeira: a idade. Apesar de tentar demonstrar vigor em atos públicos, a saúde de Lula ainda preocupa pessoas próximas. O presidente tem 79 anos e já não demonstra a mesma paciência e disposição para o jogo político em Brasília.
A segunda: a queda de popularidade do petista. Aliados do ex-presidente da República já falam que o presidente da República poderia buscar uma ‘saída honrosa’ em 2026, caso não consiga melhorar seus índices de popularidade nos próximos meses. Na visão de correligionários do petista, é deveras arriscado embarcar em um projeto presidencial com uma aprovação inferior a 30% do eleitorado. Ainda mais sem um futuro apoio de siglas como PSD, MDB, por exemplo.
Diante dessa conjuntura, os nomes de Gleisi e de Padilha podem ganhar força para encabeçar uma eventual candidatura presidencial petista diante de um cenário em que o nome do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é tido como carta fora do baralho. A pecha “Taxad” – uma brincadeira de redes sociais – é vista, inclusive por petistas, como algo de difícil reversão.
Dos dois, Gleisi é vista como alguém extremamente leal a Lula e que poderia encampar esse projeto para ser um novo poste, como Haddad o foi em 2018. Ainda mais diante da possibilidade de que Michelle Bolsonaro também disputa a Presidência da República no lugar de Jair Bolsonaro. O ex-presidente está inelegível por força de duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral.
Caso isso ocorra, Lula repetiria o que fez com Dilma Rousseff no final de seu mandato. Ou seja: entregar um ministério com visibilidade para a aliada de forma a sentir a viabilidade de uma candidatura futura. Pesa a favor de Gleisi o fato de ser mulher, o que pode aproximá-la do eleitorado feminino.
No caso de Padilha, petistas falam que as chances são menores. Mas ele incorpora exatamente o estilo populista que Lula tanto adora. E com um ministério da Saúde em mãos, o petista teria plenas condições de impor uma marca indelével nessa reta final de governo Lula 3, segundo a análise de aliados do presidente da República.
O Antagonista