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Lula e a omissão disfarçada de prudência na crise do Rio

A escalada da violência no Rio de Janeiro voltou a expor uma realidade que o país teima em ignorar: a ausência de uma política nacional de segurança pública efetiva e coordenada. Diante da gravidade da situação, aliados do governo federal sugeriram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a decretação de uma intervenção federal no estado. A resposta do presidente, contudo, foi de recuo. Lula afirmou que não há recursos nem efetivo disponível para uma medida dessa magnitude — uma justificativa que, embora administrativa na aparência, revela um cálculo essencialmente político.

O argumento de falta de verba soa frágil em um governo que tem ampliado gastos em diversas frentes e que, em outras ocasiões, demonstrou capacidade de mobilizar rapidamente estruturas federais quando o interesse político assim exigiu. A questão, portanto, não parece ser financeira, mas de prioridade e de vontade de agir.

A decisão de Lula de evitar críticas diretas ao governador Cláudio Castro (PL) reforça essa leitura. O presidente optou por não confrontar um gestor estadual aliado ao campo político adversário, preferindo preservar o equilíbrio institucional e o discurso de diálogo federativo. Contudo, essa cautela — que poderia ser lida como moderação — soa, neste contexto, como omissão diante de uma crise que exige firmeza e liderança.

O Rio de Janeiro vive dias de insegurança extrema. O poder paralelo impõe sua própria ordem em comunidades inteiras, e episódios de violência têm paralisado a rotina da população. Nesse cenário, espera-se do governo federal mais do que declarações genéricas ou reuniões de gabinete. É papel da União coordenar esforços, oferecer apoio operacional e sinalizar que o Estado brasileiro não perdeu o controle sobre parte do seu território.

Ao justificar a inação com limitações orçamentárias, o presidente Lula transmite uma mensagem preocupante: a de que a segurança pública nacional está subordinada à conveniência política. O país precisa de respostas concretas, não de discursos conciliadores que, na prática, deixam o problema intocado.

A crise no Rio é também um espelho da fragilidade institucional do Brasil, onde decisões urgentes são frequentemente adiadas em nome da conveniência. Lula, ao optar pela inércia, desperdiça a oportunidade de demonstrar liderança num momento em que o país mais precisa dela.

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